No dia 6 de março Myriam Zaluar dirigiu-se ao Centro de Emprego do Conde de Redondo, em Lisboa, onde, com mais três ativistas, planeava proceder a uma inscrição coletiva com o objetivo de passar a fazer parte das estatísticas que contabilizam o número total de desempregados em Portugal. Fazia-se acompanhar de alguns panfletos, com o intuito de distribuí-los durante a iniciativa.
À porta deste Centro de Emprego, Myriam foi abordada por alguns agentes da Polícia de Segurança Pública e, ainda que tenha imediatamente esclarecido que estava a participar num ato de inscrição simbólico, foi responsabilizada por convocar uma manifestação não autorizada, tendo sido identificada pelas autoridades no local.
No dia 26 de abril, a ativista foi constituída arguida na Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa pelo crime de desobediência, por ter alegadamente convocado “uma manifestação sem a devida autorização”. Foi-lhe aplicada uma medida de coação: Termo de Identidade e Residência, o que implica que não está autorizada a ausentar-se de casa durante mais de 5 dias sem dar conhecimento às autoridades.
No próximo dia 10 de janeiro, data em que Myriam Zaluar será julgada no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, será promovida uma ação de apoio à ativista. Na convocatória da iniciativa, publicada no facebook, o movimento 'Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas' apela a que “perante nova demonstração de repressão e violação dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa”, todos e todas “se juntem a nós no apoio a esta companheira”.
Num texto reproduzido no site do movimento Precários Inflexiveis, Myriam Zaluar relata os acontecimentos que deram origem ao processo no qual é arguida.