A atribuição do prémio "Integrity Award", conferido pela Transparency International (TI), uma organização que promove o combate à corrupção, é justificado pelo seu “trabalho persistente e informado de investigação e denúncia da corrupção que mina o desenvolvimento de Angola e condena o povo angolano a uma vida de pobreza e abusos", avança a Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), representante portuguesa da TI.
Segundo a TIAC, “este prémio, atribuído por um júri de 11 personalidades de destaque no combate à corrupção a nível global, vem numa altura crucial nas relações entre Portugal e Angola”.
“Foi com enorme orgulho e admiração que nomeámos o Rafael Marques para esta distinção. Numa altura em que as economias de Portugal e Angola estão cada vez mais ligadas, este Prémio é um toque de despertar para as autoridades dos dois países. Portugal tem tido uma atitude cúmplice com um regime político que está no centro de suspeitas de corrupção e violações de direitos humanos. A nossa cumplicidade com estes abusos prolonga o sofrimento do povo angolano e coloca a economia portuguesa nas mãos de agentes cujo enriquecimento nunca foi cabalmente esclarecido. Os poderes político e judicial no nosso país têm a obrigação de investigar todas as suspeitas e garantir aos mercados e aos cidadãos, portugueses e angolanos, que as relações económicas entre os dois países servem para criar oportunidades de desenvolvimento, e não para enriquecer alguns negociantes bem relacionados”, afirmou o vice-presidente da TIAC, Paulo Morais.
A Transparency International atribuiu ainda um segundo prémio ao jornalista chinês Luo Changping, "pela sua coragem ao denunciar a corrupção de um alto oficial do governo chinês", que, consequentemente, veio a ser expulso do partido comunista.
"Os dois vencedores deste ano representam tudo aquilo por que o nosso movimento global luta, nos nossos esforços para por um fim aos abusos de poder, negócios escuros e subornos", frisou a presidente da Transparency International, Huguette Labelle.