O jornal Expresso deste sábado confirma que Cavaco Silva comprou as acções que detinha da SLN, a um preço de favor: um euro cada, quando quase todos os accionistas pagaram entre 1,8 e 2,2 euros.
Quanto à venda a 2,40 euros, Marques Mendes, antigo ministro de Cavaco, veio dizer na passada quinta feira, que foi uma venda abaixo do preço que era praticado na altura. Em declarações à TSF, o presidente da SLN-Valor, Alberto Queiroga Figueiredo, que faz parte da Comissão de Honra da candidatura de Cavaco Silva, levantou a hipótese do Presidente da República ter tido acesso a informação privilegiada, que outros não tiveram, de que o BPN não andava bem.
“Para mim, ele [Cavaco Silva] talvez tenha tido um feedback de que as coisas não estavam a correr bem. É perfeitamente normal que [depois] as queira vender”, disse o membro da Comissão de Honra da candidatura de Cavaco à TSF.
A compra a preço baixo e a venda antecipada, antes de haver problemas, garantiu a Cavaco Silva, um ganho excepcional de 147%, bem acima do que a SLN garantia a outros accionistas. Francisco Louçã distribuiu à Assembleia da República, na passada quinta feira durante o debate parlamentar sobre o Banco Português de Negócios agendado pelo Bloco de Esquerda, a cópia de um contrato de compra das acções, do mesmo tipo mas mais recente, em que a SLN garantia apenas 5% de valorização.
O coordenador da comissão política do Bloco assinalou então:
“Esse negócio foi um favor. Ora, um responsável político não faz favores nem recebe favores.”