Daniela Silveira

Daniela Silveira

Diretora executiva e criativa do Festival +Jazz, que conta com nove edições e do Lava - Festival Internacional de Jazz do Pico, a caminho da quarta edição. Formação base em Direito e Administração e Gestão de Empresas com especialização em Produção de Eventos e Empreendedorismo Social.

É lamentável que apenas o Governo Regional dos Açores insista em não reconhecer e valorizar devidamente os agentes culturais, ignorando o seu papel fundamental no desenvolvimento social e económico da região.

A política deve ouvir a ciência, que indica que as épocas secas se tornarão cada vez mais frequentes. É urgente adotar medidas políticas concretas e baseadas em dados para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos na região.

São Roque do Pico merece mais do que tem recebido. Merece uma administração que valorize e promova a sua cultura, que cuide das suas infraestruturas de maneira responsável e que comunique com transparência e eficácia.

O interesse superior da criança deveria ser sempre a prioridade, mas, infelizmente, parece ter sido relegado a favor de políticas que atendem apenas a interesses mais estreitos e menos altruístas.

No que diz respeito à Saúde do Pico, não estamos melhor. Para que um lugar de futuro seja realmente possível, é indispensável garantir uma saúde robusta, universal e que traga segurança para a sua população.

O estudo sobre o aumento da pista do aeroporto do Pico tinha um prazo de conclusão para novembro de 2023, mas até agora, nada foi divulgado. É inaceitável que uma infraestrutura tão crucial para o desenvolvimento da ilha e do Triângulo continue neste marasmo.

É urgente investir a sério na Saúde do Pico – garantir a modernização de equipamentos e infraestruturas, reforçar a articulação com o Hospital da Horta para deslocação de equipas médicas especialistas e implementar medidas de fixação de profissionais de saúde.

O título talvez possa não capturar toda a angústia e revolta que os agentes culturais dos Açores sentem neste momento, mas é um grito necessário para despertar consciências e reivindicar a preservação de um património inestimável.

Aqueles que construíram uma retórica contra os beneficiários do RSI e que se opõem às políticas sociais de esquerda são os mesmos que sempre viveram à custa de subsídios, subvenções, contratos e adjudicações diretas do estado ou com o estado.

Num mundo onde a cultura está a ser consumida de forma superficial e rápida, é fundamental valorizar a qualidade em detrimento da quantidade.