Ferroviários manifestam-se e prometem mês de luta

18 de January 2013 - 0:48

O protesto dos ferroviários mobilizou centenas de trabalhadores junto à sede da empresa em Lisboa e no desfile que se seguiu. Os trabalhadores da CP avisam que a greve às horas extraordinárias e feriados é para manter em fevereiro, se o Governo continuar irredutível no incumprimento dos acordos de empresa e no desmantelamento da ferrovia no país.

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Foto Paulete Matos

O curto desfile no Bairro Alto lisboeta partiu da Calçada do Duque, onde se situa a sede da CP, e o Largo Camões. Apesar da chuva, centenas de ferroviários desfilaram com faixas onde se podia ler “Contra a extinção de postos de trabalho e o encerramento de linhas”, “Pela responsabilização criminal e cível da gestão danosa” e “Pelo cumprimento dos acordos de empresa”. A deputada bloquista Mariana Aiveca participou na manifestação em defesa da ferrovia pública e dos direitos negociados e acordados com a empresa, que estão agora a ser roubados aos trabalhadores da CP.

Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira disse que esta manifestação "não é o fim", é antes "o princípio de um novo ciclo de luta neste setor", acrescentando que a greve às horas extraordinárias e aos dias de feriado está convocada "até ao final do mês" e que "estão a ser entregues os pré-avisos de greve para fevereiro".

"Esta é uma luta que nós não queremos, mas também não a tememos. Achamos que não é uma luta que os utentes mereçam e era de bom que o ministro [da Economia, Álvaro Santos Pereira, que tutela a CP] e o Governo deixassem de estar numa posição de 'eu quero, posso e mando' e ouvissem o que os trabalhadores têm a dizer", sublinhou o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans, afeta à CGTP).

O dirigente sindical acrescentou que os pontos da discórdia estão no incumprimento dos acordos de empresa, mas também no "futuro incerto dos caminhos-de-ferro enquanto setor público ao serviço da economia nacional, os salários e a perda de dimensão salarial que se tem verificado e que ainda não acabou".

 

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