Bancos contornam baixa histórica da Euribor

19 de April 2009 - 17:53
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As prestações do crédito à habitação não ficam mais baixas apra muitos dos que queiram hoje recorrer a um empréstimo bancárioApesar da baixa da taxa Euribor - o índice usado pelos bancos para calcular as prestações do crédito à habitação - quem hoje pedir um empréstimo para comprar casa não vai sentir essa redução histórica. Isto porque os bancos aumentaram o valor da margem financeira que somam à taxa de juro, em alguns casos em mais de 30%.  

O estudo publicado este domingo no Diário de Notícias mostra que os bancos fizeram "disparar" o valor da margem financeira que somam à taxa de juro, o conhecido "spread". Ou seja, se o cliente não passar na avaliação de risco do banco e só conseguir contratar os "spreads" máximos ficará a suportar, em alguns casos, juros acima de 5% (a taxa Euribor está nos 1,7% e há "spreads" superiores a 3%). Mas mesmo os clientes que beneficiem do "spread" mínimo vão confrontar-se com aumentos significativos nos juros.



O estudo do Diário de Notícias reporta-se aos cinco maiores bancos: CGD, BCP, BES, BPI e Santander. Em todos eles o "spread" máximo subiu (acima dos 3% no caso da CGD, do BCP e do BES) e em todos - menos no Santander - o "spread" mínimo também aumentou (no BCP e no BES está agora acima de 1%).

O valor mais alto é aplicado pelo Millennium BCP, com um spread de 3,6 pontos. Segue-se-lhe o BES, com um máximo de 3,3 e a pública CGD, com 3,15 pontos. Anteriormente, estes "spreads" fixavam-se em 2,7; 2,5 e 2,85, respectivamente. Os aumentos rondam os 30%.

Mas os "spreads" máximos não são apenas para os clientes de "alto risco" mas sim igualmente para quem precisa de financiamentos que correspondam à quase totalidade da avaliação da casa, normalmente para quem não tem dinheiro para a chamada entrada de capital. Actualmente, os bancos raramente financiam a totalidade do crédito solicitado e quando o fazem (mesmo a 90%), aplicam com frequência os "spreads" máximos.