3ª travessia do Tejo: Louçã contra "monopólio absoluto da Lusoponte"

13 de January 2008 - 16:09
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Ponte Vasco da Gama. Além desta e da 25 de Abril, a Lusoponte prepara-se para ficar com a terceira travessia sobre o Tejo.Francisco Louçã defende que deve ser realizado um concurso público para a concessão da construção da terceira ponte sobre o Tejo e acusou o governo de querer "dar mais vantagens à Lusoponte" na renegociação do contrato que está a preparar. "É assim que a Lusoponte se tem tornado um centro de poder e um sorvedor de dinheiro" afirmou Louçã aos jornalistas.
 

"Estamos preocupados porque no dia seguinte à decisão do novo aeroporto começou logo um fumo de negócios extraordinário e o mais importante é este de entregar à Lusoponte o monopólio absoluto de todas as travessias do Tejo", declarou Louçã, citado pela Agência Lusa.

Segundo Francisco Louçã, a Lusoponte, que é presidida pelo antigo ministro Ferreira do Amaral, não pode ter este monopólio e "é preciso resgatar este contrato e não renegociá-lo para dar mais vantagens à Lusoponte, que é o que o Governo quer fazer". Recentemente, o ministro Mário Lino defendeu que a decisão de construir o aeroporto em Alcochete justifica uma renegociação do contrato com a Lusoponte, mas sem se comprometer com a baixa das portagens nas pontes sobre o Tejo.



Neste momento, a Lusoponte tem a exclusividade da exploração das travessias do Tejo a jusante de Vila Franca de Xira, sendo que o actual contrato prevê que seja automaticamente concessionado a ponte Chelas-Barreiro ou, em alternativa, que existam compensações pelo tráfego perdido na Vasco da Gama e 25 de Abril.

"É assim que a Lusoponte se tem tornado um centro de poder e um sorvedor de dinheiro. O relatório do tribunal de contas que fez o balanço deste acordo dizia que Lusoponte beneficiou de 250 milhões de euros a mais, 11 anos do prazo de concessão a mais e poder a mais", concluiu Louçã.