Movimento Socialista Russo toma posição contra “imperialismo russo”

Putin culpou Lenine pela existência da Ucrânia e ameaçou mostrar a Kiev “o que significa descomunização”. O MSR apela à retirada imediata de tropas russas e ao direito dos cidadãos ucranianos a decidir o destino do seu país "sem os imperialistas do ocidente ou do oriente".

22 de fevereiro 2022 - 18:12
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Manifestantes do Movimento Socialista Russo em 12 de fevereiro. Foto do Facebook do grupo.
Manifestantes do Movimento Socialista Russo em 12 de fevereiro. Foto do Facebook do grupo.

Num comunicado escrito depois da intervenção do presidente russo onde este anunciou o reconhecimento das Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk, o Movimento Socialista Russo defende que devem ser os cidadãos ucranianos “a decidir o destino do seu país sem os imperialistas do ocidente ou do oriente”.

Fundado em 2011, através da fusão de vários grupos comunistas, socialistas e anti-capitalistas, este movimento tem-se oposto a Putin. A tomada de posição desta segunda-feira, intitulada “contra o imperialismo russo, tirem as vossas mãos da Ucrânia”, acusa o chefe de Estado da Rússia de recorrer a um “panegírico anti-comunista” para “encobrir a mais terrível e repugnante forma de nacionalismo – o chauvinismo da Grande Rússia”. Putin culpou Lenine como tendo sido “o fundador da Ucrânia” e “ameaçou mostrar aos ucranianos o que significa descomunização”. Pelo caminho, “atirou pedras à economia planificada, à nacionalização e saudou o estalinismo”.

Para o MSR, o retrato que o presidente russo fez do país vizinho - “perseguição da oposição, aumento dos preços de bens e serviços, ausência de tribunais independentes” - é “como se estivesse a falar da Rússia”. O grupo político ressalva que “não nega que as reformas em curso na Ucrânia levaram a uma desigualdade social monstruosa, despovoamento, desemprego e outros problemas”. Mas diz que isso deve ser resolvido pelos trabalhadores e todas as camadas oprimidas da população ucraniana e não “pelo equipamento militar russo e pelos lobistas pró-russos”.

Afirmando que as violações dos acordos de Minsk não são culpa apenas de Kiev mas também de Moscovo, o MSR apela à “retirada imediata de tropas russas, o fim de qualquer apoio militar aos grupos armados em Lugansk e Donetsk, a aplicação do cessar-fogo e ao direito dos cidadãos ucranianos a decidir o destino do seu país sem os imperialistas do ocidente ou do oriente.”

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