Num comunicado escrito depois da intervenção do presidente russo onde este anunciou o reconhecimento das Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk, o Movimento Socialista Russo defende que devem ser os cidadãos ucranianos “a decidir o destino do seu país sem os imperialistas do ocidente ou do oriente”.
Fundado em 2011, através da fusão de vários grupos comunistas, socialistas e anti-capitalistas, este movimento tem-se oposto a Putin. A tomada de posição desta segunda-feira, intitulada “contra o imperialismo russo, tirem as vossas mãos da Ucrânia”, acusa o chefe de Estado da Rússia de recorrer a um “panegírico anti-comunista” para “encobrir a mais terrível e repugnante forma de nacionalismo – o chauvinismo da Grande Rússia”. Putin culpou Lenine como tendo sido “o fundador da Ucrânia” e “ameaçou mostrar aos ucranianos o que significa descomunização”. Pelo caminho, “atirou pedras à economia planificada, à nacionalização e saudou o estalinismo”.
Para o MSR, o retrato que o presidente russo fez do país vizinho - “perseguição da oposição, aumento dos preços de bens e serviços, ausência de tribunais independentes” - é “como se estivesse a falar da Rússia”. O grupo político ressalva que “não nega que as reformas em curso na Ucrânia levaram a uma desigualdade social monstruosa, despovoamento, desemprego e outros problemas”. Mas diz que isso deve ser resolvido pelos trabalhadores e todas as camadas oprimidas da população ucraniana e não “pelo equipamento militar russo e pelos lobistas pró-russos”.
Afirmando que as violações dos acordos de Minsk não são culpa apenas de Kiev mas também de Moscovo, o MSR apela à “retirada imediata de tropas russas, o fim de qualquer apoio militar aos grupos armados em Lugansk e Donetsk, a aplicação do cessar-fogo e ao direito dos cidadãos ucranianos a decidir o destino do seu país sem os imperialistas do ocidente ou do oriente.”