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A memória dos presos políticos e da resistência em Peniche

Há 45 anos, no dia 27 de abril de 1974, os presos políticos da Cadeia de Peniche foram finalmente libertados. Neste dossier pretendemos lembrar o que foi esta prisão política e a resistência e destacar a importância de preservar a memória. Dossier organizado por Carlos Santos
Dossier A memória dos presos políticos e da resistência em Peniche

Na passada quinta-feira, 25 de abril de 2019, foi inaugurado o Memorial que homenageia os ex-presos políticos da prisão, referenciando os nomes de todos aqueles que estiveram presos em Peniche e foi destacado o futuro Museu Nacional da Resistência e Liberdade de Peniche.

Neste dossier, conta-se aspetos essenciais da história da Fortaleza e da prisão, da luta dos presos e da solidariedade, das memórias e da importância dos museus na preservação da memória.

Fernando Rosas expõe-nos, numa Curta lição sobre a história da Fortaleza/Prisão de Peniche, traços essenciais da tenebrosa prisão política da PIDE/DGS e da resistência dos presos e dos antifascistas.

“Uma prisão de alta segurança, comandada por um chefe de guardas que era um facínora, que dizia que era um desperdício haver presos políticos, e com um corpo de guardas marcados por uma grande crueldade de comportamento”, refere o que foi durante décadas aquela prisão.

João Madeira conta-nos, em Presos de Peniche nos anos finais da ditadura, como e porque é que os presos políticos só foram libertados em 27 de abril de 1974 e realça o “exemplo de luta” de “centenas e centenas de combatentes pela liberdade, protagonizado por militantes de diferentes correntes e partidos políticos.

Manuel Loff questiona porquê recordar a memória de uma ditadura e da repressão, lembra que nas últimas décadas a memória das ditaduras do século XX se tornaram-se um “intenso campo de batalha”, cultural e político e afirma “O que escolhemos recordar é o que escolhemos ser”. “Retomar a memória da resistência e do que ela, sob a forma da nossa Revolução, permitiu conseguir, reforça a capacidade de resistência e de exigência de mudança”, sublinha.

Luís Farinha refere aspetos importantes da experiência do Museu do Aljube, o único museu existente atualmente no sul da Europa sobre a memória das ditaduras do século XX deste espaço geográfico. O historiador sublinha que a importância dos museus é constituírem-se como “Lugares de memória democrática”.

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Neste dossier:

Dossier A memória dos presos políticos e da resistência em Peniche

A memória dos presos políticos e da resistência em Peniche

Há 45 anos, no dia 27 de abril de 1974, os presos políticos da Cadeia de Peniche foram finalmente libertados. Neste dossier pretendemos lembrar o que foi esta prisão política e a resistência e destacar a importância de preservar a memória. Dossier organizado por Carlos Santos

“A cadeia de Peniche tinha um dos regimes prisionais mais sinistros das cadeias da polícia política” Fernando Rosas

Curta lição sobre a história da Fortaleza/Prisão de Peniche

Toda a história prisional de Peniche é uma história de lutas, de protestos. E os presos só conseguiram conquistar um regime um pouco mais favorável no período do marcelismo. Por Fernando Rosas

“O exemplo de luta dos presos de Peniche é o legado que nos foi deixado por centenas e centenas de combatentes pela liberdade, protagonizado por militantes de diferentes correntes e partidos políticos” João Madeira

Presos de Peniche nos anos finais da ditadura

A Cadeia do Forte de Peniche foi um constante palco de luta contra os carcereiros e os regulamentos prisionais, que eram, dentro da prisão, a expressão do poder da ditadura e o alvo contra quem os presos antifascistas resistiram, lutando em condições adversas. Por João Madeira

“A memória que cada um de nós, enquanto indivíduo e enquanto comunidade, carrega consigo é o que cria a nossa identidade” Manuel Loff

O que escolhemos recordar é o que escolhemos ser

Retomar a memória da resistência e do que ela, sob a forma da nossa Revolução, permitiu conseguir, reforça a capacidade de resistência e de exigência de mudança. Por Manuel Loff

“A importância dos museus é constituírem-se como lugares de memória democrática, onde acumulamos o conhecimento que já existe quer através da memória dos resistentes, quer através da história” Luís Farinha

Lugares da memória democrática

Temos a obrigação e a missão de socializar o conhecimento que existe, através da memória dos resistentes e da história. Entrevista com Luís Farinha, diretor do Museu do Aljube.