Mariana Mortágua

Deputada. Coordenadora do Bloco de Esquerda. Economista.

As sanções contra o poder económico da oligarquia russa são essenciais no apoio aos democratas que lutam pelo fim da guerra no interior da Rússia. É esse desgaste do poder de Putin entre os seus fiéis que pode acelerar um recuo do regime e travar a escalada da guerra.

Até 2020, quando iniciou grandes investimentos em comunicação social, o empresário Marco Galinha era um quase desconhecido no panorama empresarial português. A sua associação nos negócios ao oligarca russo Markos Leivikov, aliás seu sogro, é imediatamente anterior. Markos Leivikov financiou o partido de Putin através de uma das suas empresas e deixou na Rússia um rasto de suspeitas de fraudes milionárias. Por Mariana Mortágua.

 

Ainda sou do tempo em que, com a Direita no Governo e João Cotrim de Figueiredo no Instituto do Turismo, se dedicavam recursos do Turismo de Portugal à promoção e venda de vistos gold a milionários russos. E mesmo agora, o Governo português não divulga os seus nomes, nem suspende os vistos.

A investigação agora divulgada, chamada Swiss Secrets, vem completar o cadastro do Crédit Suisse, que surge como abrigo financeiro de ditadores, corruptos, traficantes e cleptocratas.

Como sempre, há muito em jogo, nesta guerra económica e de influências a nível mundial. A Ucrânia é o pretexto e o seu povo é a última preocupação.

Numa operação-relâmpago, o Banco de Fomento disponibilizou 250 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fundos de investimento como aqueles que a C2 (a empresa de Gaioso Ribeiro, ex-vice de Luís Filipe Vieira) cria e gere.

Maioria absoluta para o PS, uma derrota para os partidos à sua esquerda, e uma direita minoritária e radicalizada. É este o resumo de uma noite eleitoral difícil para o meu partido, o Bloco de Esquerda.

Aqui chegamos com a direita mais ou menos liberal, de braço dado com a extrema-direita, com o mesmo objetivo: entregar Portugal a uma oligarquia económica, libertar os milionários e reinstaurar o feudalismo nas relações laborais.

Foi em nome dos "abusos" que Rio e Chega se uniram nos Açores para cortar a eito o rendimento social de inserção. A região tem a taxa de pobreza mais elevada do país (32%), o apoio mensal médio é de 86 euros e serve sobretudo mulheres e famílias numerosas.

A maioria absoluta é a obsessão de Costa e foi com os olhos nela que recusou negociar o Orçamento e provocou eleições. Uma coisa é certa, um novo ciclo depende do reforço da Esquerda, capaz de medidas concretas para defender as pessoas, os serviços públicos e o clima.