Mariana Mortágua

Mariana Mortágua

Deputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Economista.

Em 2020 o SNS está a perder quase mil médicos, nada se avançou no regime de exclusividade e pouco foi feito para internalizar os meios de diagnóstico.

O Orçamento para 2021 tem de servir para responder à crise que se instala no país, pelo SNS, pelo combate ao desemprego e à pobreza e pelo futuro do Novo Banco.

O mesmo sentido de responsabilidade [de 2015] leva-nos agora a propor medidas que são essenciais para uma resposta determinada à crise: proteger o emprego e os salários, cuidar do SNS, apoiar os rendimentos e impedir novas perdas públicas com o Novo Banco.

Em março, o Bloco lançou o despedimentos.pt, um site para a denúncia de despedimentos e abusos laborais. Até hoje, recebemos 1382 denúncias, correspondentes ao universo de 145 mil trabalhadores, de todos os distritos do país e quase todos os setores de atividade.

Mais de 20% dos trabalhadores em Portugal recebem o salário mínimo nacional. São pessoas que desempenham profissões essenciais ao funcionamento da economia e da sociedade.

Fazer política é escolher que interesses se defende. André Ventura diz representar "o português comum", mas na verdade quer proteger os interesses dos ricos que querem pagar menos impostos.

A auditoria não acusa, mas também não iliba, limitando-se (salvo num caso de conflito de interesses relatado) a descrever os eventos tal e qual o Novo Banco faria.

Falta fazer quase tudo, mas isso não é desculpa quando se sabe o que tem de ser feito para evitar que o início do ano escolar seja um caos.

Fácil – e talvez tentador – seria pôr em causa o salário e os rendimentos sem perguntar porque é que a crise não bate às portas do dono privado do Novo Banco.

Uma taxa de retenção aplicável aos dividendos, juros, e outros rendimentos que saiam do nosso país para regimes como a Holanda. Aqui está a nossa proposta Hotel Califórnia.