Para quê um Governo quando temos empresas para pensar e decidir por nós? Como é óbvio, foi o dono da obra — o Governo — quem determinou o que seria o tal “hospital novo”. O que aqui temos é uma privatização aos bocados do HDES, prejudicando os doentes e o SRS.
Precisamos mesmo de governos que, nos Açores e na República, coloquem, em primeiro lugar, os direitos dos trabalhadores portugueses da base das Lajes, assim como os interesses dos Açores e do país.
A realidade? Dívida pública galopante, défices orçamentais gigantescos, uma revisão da lei de finanças regionais na gaveta e um plano de austeridade e privatizações em preparação.
A ideia de que Portugal e os Açores ganhariam mundos e fundos da corrida às armas durou menos do que a validade de um iogurte açoriano. A corrida às armas é, acima de tudo, um tributo aos EUA e a Trump.
Assim, de uma penada, o governo regional de direita tornou-se um Robin dos Bosques ao contrário: tirou dos mais pobres para dar aos mais ricos, arrombando as contas públicas pelo meio.
Todos colocaram à frente do respeito pelo direito internacional o respeitinho pela grande superpotência mundial. Nenhum será especialmente adepto de Trump e da sua forma de ameaçar o mundo dia sim, dia não, mas dobram-se perante o seu poder sem esboçar uma palavra.
Só com uma transição ecológica justa será possível garantir apoio social duradouro às medidas ambientais e, acima de tudo, assegurar que ninguém seja abandonado.
Para resistir à maré de tempestade, a esquerda deve ser o horizonte de transformação e esperança que o socialismo nos proporciona. Só há resistência se houver esperança.
A melhor forma de celebrar os cinquenta anos das primeiras eleições livres é dar respostas aos problemas do país e das pessoas, afastando assim o fantasma da extrema-direita.