Andreia Galvão

Andreia Galvão

Andreia Galvão Atriz, produtora e agente cultural. Membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda. Licenciada em Ciências da Comunicação e Mestre em Teatro

E o que há fora das grandes cidades? É a pergunta deste artigo, que aponta a importância de todo o território, e dos seus conflitos políticos e sociais.

As convicções das elites políticas europeias sobre a estabilidade das relações Europa-EUA estão a ser severamente abaladas, deixando, pela primeira vez em muito tempo, um vazio e uma dificuldade em articular o atlantismo que dominou as relações geopolíticas nos últimos anos.

O mundo está em rápida mudança e os mitos antigos não nos ajudam a entender este mundo novo. A esquerda não deve negar o sentimento de que algo na sociedade não está bem.

A esquerda de que precisamos faz a síntese entre as lutas pelo dia de hoje e pelo dia de amanhã, pelo pão e pelo planeta.

Na grande manifestação convocada pela Vida Justa, mais de 5000 pessoas desceram a Avenida da Liberdade num espírito abrileiro e festivo. Não nos descansa o sucesso desta manifestação. Mostra-nos que não está nada perdido e que temos muita gente a contar connosco. Não as podemos desapontar.

A nossa sociedade existe e persiste porque somos interdependentes, porque não nos bastamos sozinhos. O trabalho de agora é reerguer esse reconhecimento, a que alguns chama comunidade, outros chamam país, outros chamam civilização.

As derrotas sucessivas da esquerda e a impotência política aparente faz-nos crer que não há projeto de futuro socialista, de distribuição e diversidade, de combate às alterações climáticas. Precisamos de um rompimento. É esse que tem de ser tornado inevitável.

O movimento climático tem sido um dos mais ativos na contestação do sistema económico vigente. Radicalizar é a palavra de ordem neste campo. Por Andreia Galvão.

O movimento climático mainstream reconhece que instrumentalizamos e capitalizamos absolutamente a nossa relação com o meio ambiente. No entanto, falha ainda em reconhecer a instrumentalização de pessoas que se banalizou através dos sistemas coloniais.

A radicalidade do aventureirismo solitário não integra a atual situação da luta de classes na nossa sociedade. O fascínio pelas soluções fáceis é contrastado pela aridez da realidade: afinal, para construir força social é mesmo preciso trilhar caminho. Por Andreia Galvão.