André Julião

André Julião

Jornalista

Foi há quase ano e meio, mas parece que foi ontem. Pais, alunos professores e funcionários de escolas de norte a sul do país saíam à rua para protestar contra as péssimas condições dos respetivos equipamentos escolares.

Num país consciente, poder-se-ia dizer que estamos perante uma emergência nacional e que seria urgente traçar (e cumprir) um plano estratégico para a remoção do amianto das escolas e para a requalificação do parque escolar. Isso, claro, num país consciente.

Em relação à remoção de amianto de edifícios públicos, ou Tiago Brandão Rodrigues precisa de fazer um estágio intensivo com a sua colega da Justiça ou então há muito pouco (ou nada) planeado na Educação.

A solução para o amianto é removê-lo para sempre – das escolas, dos hospitais, dos edifícios públicos e privados –, fazendo-o sempre segundo as melhores práticas e com todos os cuidados que a ciência define.

E já faz três anos que o primeiro-ministro António Costa deixou a promessa de “erradicar o amianto, essa substância cancerígena, dos espaços públicos”.

O problema da presença de amianto nas escolas portuguesas tem sido tratado pelas autoridades públicas com leviandade e desleixo.

O “novo” ministro Tiago Brandão Rodrigues parece crer convictamente no mito urbano de que se ignorarmos um problema com muita força ele eventualmente acabará por desaparecer.

Casos há em que as equipas de remoção de amianto são contratadas para retirar telhas e coberturas em fibrocimento e acabam por remover muitos outros materiais bem mais perigosos.

No que toca ao meio-ambiente, vivemos em Loures numa espécie de faroeste, onde impera a lei do mais forte, e ao elo mais fraco – as populações – cabe baixar a cabeça sem tugir nem mugir.

Os perigos do fibrocimento variam consoante o seu grau de degradação, mas a verdade é que a grande maioria das escolas de Loures está hoje deteriorada, em mau estado, gasta, velha, em péssimo estado de conservação.