André Julião

André Julião

Jornalista

António Costa promete ficar na História como o primeiro-ministro que perdeu a oportunidade de melhorar efetivamente a vida das novas gerações.

Cabe ao país decidir se tem realmente vontade de voltar a essa agenda ideológica de “libertação” que, à boleia da troika, tentou suprimir serviços públicos e direitos fundamentais. Porque essa apregoada “liberdade” tem custos. E bem altos!

Hoje é fácil aplaudir o Plano Nacional de Remoção do Amianto das escolas. O que muitos talvez não saibam é que a erradicação do amianto das escolas que vemos agora em velocidade de cruzeiro começou com uma pequena associação de pais e encarregados de educação.

Não há prevenção do bullying sem combate ao racismo, à xenofobia, à discriminação sexual, social ou de género. Não há combate ao bullying sem promoção da empatia, sem respeito por quem é diferente ou promoção da tolerância.

Portugal não é o melhor país do mundo para viver, é um facto. Há ainda muito por fazer passados 46 anos da implantação da democracia, é verdade. Mas, pense um pouco antes de fazer uma asneira de que pode vir a arrepender-se amargamente.

Aquele que poderia ter sido o ano letivo melhor preparado de sempre, dado o tempo disponível e a experiência acumulada da primeira vaga, foi iniciado sem estratégia nem planeamento, deixando às escolas o ónus de criar estratégias, soluções e planos B, sem rede, sem recursos e sem apoio.

Qualquer aprendiz de “marketeer” sabe que o ódio não vende e que nenhuma empresa gosta de ver a sua marca associada a polémicas, discussões, ameaças, insultos ou agressões, mesmo que sejam virtuais.

A fome e a miséria são as principais marcas que a pandemia está a deixar na freguesia de Camarate, Unhos e Apelação. O concelho de Loures é um dos mais afetados pela crise sanitária e pela hecatombe social que se abate sobre os mais pobres, os precários, aqueles que não têm rede e que habitualmente ficam para trás. Por André Julião

É consensual que a promessa de Costa é uma enorme vitória, porque implica um compromisso claro com a comunidade educativa e ainda estamos bem longe das próximas eleições legislativas.

O panorama em junho pode ser imprevisivelmente desolador: pequenos comércios que não voltam a abrir, milhares de desempregados, centenas de milhares de créditos incumpridos, insolvências, despejos, famílias destroçadas, vidas arruinadas.