Ao longo de mais de 4700 páginas, os documentos agora tornados públicos confirmam os abusos à Lei Internacional a que estiveram sujeitos as centenas de pessoas detidas na base americana em Cuba, incluindo doentes psiquiátricos, idosos com demência e adolescentes.
Dos registos agora conhecidos, fazem parte as fichas de 759 prisioneiros, dos quais 170 ainda permanecem na prisão. Do total dos prisioneiros a que os documentos referem, 150 eram comprovadamente inocentes e 380 não tinham qualquer relevância para o combate ao terrorismo.
Segundo notícia o diário “El País”, 143 pessoas estiveram detidas durante mais de nove anos, não conhecendo muitas delas os motivos da sua detenção. Reveladas foram também as situações de pessoas que estiveram presas durante dois anos apenas por terem o mesmo nome que um comandante talibã, ou o caso de presos de alto risco que foram libertados, como Abdullah Mehsud, extremista talibã que cometeu atentados após a sua libertação de Guantánamo.
Recorde-se que a Administração de Barack Obama se comprometeu com o encerramento da prisão de Guantánamo e dois anos após a sua eleição, continua por encerrar. A revelação destes documentos surge numa altura em que já é conhecida a intenção de Barack Obama em de se recandidatar em 2012.
Operacional da Al-Qaida era também operacional dos serviços secretos ingleses
De acordo com os documentos agora tornados públicos, um operacional da Al-Qaeda acusado de ter colocado bombas em duas igrejas católicas no Paquistão, Adil Hadi al Jazairi Bin Hamlili, cidadão argelino, seria ao mesmo tempo um operacional dos serviços secretos ingleses, o MI6.
Segundo os operacionais da CIA que conduziram os interrogatórios a Bin Hamlili, este seria também um operacional dos serviços secretos ingleses e canadianos, sendo considerado um perigo para os Estados Unidos da América e para os seus aliados.