Palavras de ordem a favor da Palestina e pelo fim do genocídio voltaram a ouvir-se esta quarta-feira em Lisboa na manifestação “Solidariedade com a Palestina – Fim ao Genocídio”, organizada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente e pela CGTP.
Presente na manifestação, Mariana Mortágua criticou a escolha de reconduzir Paulo Rangel como ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de direita que foi agora anunciado. Aos jornalistas explicou que “está a ser reconduzido como ministro dos Negócios Estrangeiros o homem, e o Governo, que é responsável por não reconhecer o Estado da Palestina. Quantas mais pessoas terão de morrer? Será que é preciso matar todos os palestinianos para que o Governo português resolva reconhecer o Estado da Palestina? É inaceitável o que está a acontecer”.
Para ela, “as gerações futuras vão pedir-nos responsabilidades por aquilo que fizemos e não fizemos para enfrentar um genocídio perante a morte de milhares de crianças, de milhares de inocentes à fome, com falta de cuidados de saúde ou assassinadas pelas bombas do Estado de Israel. Reconhecer o Estado da Palestina é o mínimo da decência que cabe ao Governo português”.
A deputada bloquista escolheu ainda comentar a nova composição do executivo destacando as escolhas para a Saúde e para a Administração Interna.
No caso da recondução de Ana Paula Martins, considerou que “é incompreensível” voltar a ser ministra, pela sua “incompetência” e intenção de implementar “um plano de destruição do SNS”. Assim, “é incontornável esta escolha que o Governo faz e que envia uma mensagem ao país e a mensagem é que o SNS é para continuar a destruir”.
Isto quando a situação na saúde é de “urgências fechadas, pessoas a morrer sem conseguir chegar ao hospital e sem ter o atendimento que precisam, as urgências obstétricas continuam a ser um problema em Portugal e nada disso foi resolvido”.
Sobre Maria Lúcia Amaral, nova ministra da Administração Interna, e que era Provedora da Justiça, esclareceu que “foi a juíza do Tribunal Constitucional que apoiou as medidas de austeridade e que se opôs à declaração de inconstitucionalidade dos cortes do último Governo da direita, quando Luís Montenegro era líder parlamentar, quis fazer a Portugal”.
Por último, sobre o ministério dedicado à reforma do Estado afirmou: “destruir o SNS e fazer ao lado um Ministério que não se sabe para que serve, inspirado nas motosserras da Argentina ou nos DOGES, que são os departamentos para cortar a eito no Estado dos Estados Unidos da América, não nos diz nada sobre o futuro dos Estados”.