Perto de 100 mil crianças afegãs precisam de apoio urgente, alerta Unicef

16 de janeiro 2024 - 20:41

Cem dias após o oeste do Afeganistão ter sido atingido por terramotos devastadores, faltam cuidados de saúde, água potável e saneamento adequado para evitar a propagação de doenças.

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Foto Unicef.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a Unicef lembra que mais de mil pessoas, a maioria das quais mulheres e crianças, perderam a vida nos terramotos de outubro passado no Afeganistão, e que 31 mil casas foram destruídas ou gravemente danificadas e inúmeras famílias perderam meios de subsistência, gado e colheitas.

“Três meses depois, o impacto dos terramotos de Herat perdura, com muitas famílias ainda a viver em tendas ou a dormir ao ar livre, apesar do frio cortante”, escreve a organização. A UNICEF assinala ainda que, “para piorar a situação, a província de Herat é agora assolada por um inverno rigoroso, que ameaça vidas e atrasa os esforços de reconstrução”.

Fran Equiza, representante da Unicef no Afeganistão, detalha que a atmosfera nas aldeias desta região “está repleta de sofrimento, mesmo 100 dias após os terramotos no oeste do Afeganistão, quando as famílias perderam absolutamente tudo. As crianças ainda estão a tentar lidar com a perda e o trauma. As escolas e os centros de saúde, dos quais as crianças dependem, são danificados sem possibilidade de reparação ou completamente destruídos”.

Acresce que, com a chegada do inverno, as temperaturas descem abaixo de zero. “Crianças e famílias sem casa vivem em condições de risco de vida à noite, sem forma de aquecerem os seus abrigos temporários”, aponta Fran Equiza.

A Unicef afirma-se grata pelo apoio que parceiros doadores mobilizaram para que a organização pudesse responder “em poucos dias às necessidades urgentes das crianças e das suas famílias em Herat”.

“Mas milhares ainda precisam da nossa ajuda. A Unicef está preocupada com a sobrevivência de 96.000 crianças afetadas pelos terramotos”, enfatizou Fran Equiza.