Moedas fecha centros de acolhimento para sem abrigo, Bloco exige reabertura imediata

22 de dezembro 2021 - 12:28

O partido considera “de grande gravidade” a decisão de os fechar durante o inverno e o agravamento da pandemia. E desmente o argumento da falta de condições das instalações, que foram “visitadas e elogiadas por diversas entidades nacionais e internacionais”.

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Centro de Acolhimento em Lisboa. Foto de Ana Feijão.
Centro de Acolhimento em Lisboa. Foto de Ana Feijão.

Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa eleito pela coligação de direita, anunciou esta terça-feira o encerramento de dois centros de acolhimento de emergência para pessoas em situação de sem abrigo. O grupo municipal do Bloco de Esquerda reagiu exigindo a sua reabertura imediata.

Este anuncio foi considerado “tanto mais surpreendente quanto, em reunião do executivo municipal no início de dezembro, foi aprovada uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda para que se mantivessem em funcionamento os quatro Centros de Alojamento de Emergência para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo durante o período de inverno e enquanto perdurarem os efeitos da crise social provocada pela Covid-19”.

Para além destes dois centros, a atual vereadora do Bloco na Câmara de Lisboa, Beatriz Gomes Dias, diz que lhe chegaram “informações de que estará também em preparação o fecho da Casa do Lago – um centro que acolhe apenas mulheres – no final de março de 2022”.

O partido recorda que estes centros foram abertos no mandato anterior no âmbito do pelouro dos Direitos Sociais, pelo qual o bloquista Manuel Grilo foi responsável. E que a instalação destes equipamentos permitiu retirar 220 pessoas da rua “para uma resposta de emergência e procurando oferecer seguimento para soluções duradouras e de grande alcance como o Housing First”. Assim, “mais de 1100 pessoas usaram estes centros, permitindo a parte importante delas iniciar processos de autonomização”.

Considera-se “de grande gravidade” a decisão de os fechar, ainda mais quando “o inverno começou esta semana e prevê-se que a pandemia se agrave nas próximas semanas”. Ao longo da “últimas semanas”, revela o Bloco, “por determinação do executivo, foi recusada a admissão de pessoas sem abrigo nos centros existentes”.

O partido desmente ainda a alegação de Carlos Moedas de que os centros foram encerrados por não terem condições. Na sua reação à decisão, o Bloco escreve que isto “é manifestamente falso” e que “a resposta foi visitada e elogiada por diversas entidades nacionais e internacionais, entre elas o Senhor Presidente da República”.

Portanto, exige-se “a imediata reabertura destas instalações e a manutenção do seu funcionamento até estarem disponíveis outras respostas permanentes”.

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