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Marisa Matias: "Vale a pena fazer todas as lutas e todos os esforços"

Numa sardinhada junto à Lagoa de Óbidos, a cabeça de lista do Bloco às eleições europeias frisou que "vale a pena fazer todas as lutas e todos os esforços" para dar a volta à situação do país e recuperar a política. A coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, afirmou, por sua vez, que “nem o PSD e CDS acreditam no milagre económico apresentado pelo Governo”.
Foto de Paulete Matos.

“A política está hoje ao serviço dos mercados financeiros e não serve as populações. Tudo aquilo que nos fez ser sociedade está a ser posto em causa nos dias que correm. E nós estamos aqui para dizer que é possível dar a volta a isto”, afirmou Marisa Matias.

Este sábado, os bloquistas celebraram, não a saída da troika, mas sim a aprovação por unanimidade, a 14 de maio, na Assembleia da República, de um projeto de resolução do Bloco para a requalificação da Lagoa de Óbidos, na Foz do Arelho.

"É por estas causas que o Bloco luta, dar apoio aos cidadãos em defesa das causas justas", avançou Marisa Matias, sublinhando que, por isso, “temos razões para festejar, por coisas que fazem as pessoas mais felizes e porque vale a pena lutar para que a nossa vida não seja um 'pântano'".

Esta "vitória mostra que quando lutamos a nossa vida pode ser melhor, dá razão à persistência e à combatividade", referiu a cabeça de lista do Bloco às eleições europeias.

"Não nos podemos desmotivar da luta. Há um caminho para a esperança, um caminho que se faz um a um, com respeito pelas pessoas. Merecemos ser tratados com dignidade e que nos coloquem, no mínimo, acima dos interesses financeiros", declarou a dirigente bloquista.

Segundo Marisa Matias, é imperativo recusar a "chantagem da dívida", lembrando que "quando a França e a Holanda recusaram o tratado constitucional europeu, também se ouviu 'chantagem' sobre a sua permanência no euro. No entanto, depois, não se ouviram notícias sobre essa saída”.

“A chantagem tem pernas curtas!", destacou a candidata do Bloco, advogando que não há outra alternativa que não a reestruturação da dívida e a rejeição da austeridade.

Nem o PSD e CDS acreditam no milagre económico apresentado pelo Governo

A coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, falou, por sua vez, sobre a "estranheza" com que olha para a campanha da maioria, acusando PSD e CDS-PP de não estarem a apresentar uma única proposta.

"A campanha vazia e alucinada de PSD e CDS é a prova que nem eles acreditam no milagre económico apresentado pelo Governo", adiantou, frisando que esta é a “marca sempre presente nesta campanha: o falhanço do governo, o falhanço da austeridade”. "Não há nova economia, há a velha economia, mas mais pobre", acrescentou a dirigente bloquista.

Para Catarina Martins, é necessário falar neste período do que é "concreto, real e urgente" - o desemprego, a emigração e os cortes em pensões e salários.

"A dívida é um monstro gigante que não pára de crescer. A decisão corajosa é a de reestruturar. É preciso acabar com o monstro da dívida", defendeu. “É preciso recusar a austeridade seja ela imposta pelos governos em Portugal ou pelo Banco Central Europeu ou Comissão Europeia. É preciso recusar a austeridade da troika como é preciso recusar a austeridade do Tratado Orçamental. São uma e a mesma coisa”, avançou ainda.

A coordenadora nacional do Bloco lembrou que existe hoje “um compromisso alargado e inédito na Europa entre partidos de esquerda com três pontos fundamentais: dizer não à austeridade, o que significa dizer não ao Tratado Orçamental, reestruturar as dívidas soberanas dos países periféricos do Euro e pôr o emprego no centro da estratégia da Europa para combater a crise”.

Catarina Martins apelou ainda este domingo ao voto nas europeias. "No dia 25 de maio quem cala, consente. Quem cala, permite mais desta Europa que humilha, desta Europa que despreza quem trabalha, desta Europa obediente aos mercados financeiros. No dia 25 de maio, quem sente a injustiça, quem sente a austeridade na pele, quem não se resigna sabe que o que é preciso é a coragem para desobedecer aos mercados financeiros", salientou.

A iniciativa contou também com a participação de Carlos Carujo e de João Penedos, que falaram sobre a importância da requalificação da Lagoa de Óbidos - um "frágil ecossistema, poluído e ameaçado pelo pântano", segundo explicou Carlos Carujo.

João Penedos, primeiro subscritor da petição, assinada por mais de 4 mil pessoas, que esteve na origem da votação do projeto de resolução do Bloco sobre a Lagoa de Óbidos, lembrou que a iniciativa não teve "qualquer apoio do PSD, do CDS, do PS ou do PCP" locais.

Lagoa de Óbidos, 18 de Maio | Diário de Campanha | Europeias 2014 | ESQUERDA.NET

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