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“Maioria governamental não pode ser força de bloqueio em comissão de inquérito ao BES”

Num debate no Fórum Socialismo 2014, Pedro Filipe Soares salientou também: “O Governo tinha prometido que nem um cêntimo dos contribuintes ficaria em risco. O que vemos agora é que não são cêntimos, são centenas de milhões que poderão estar em causa com esta solução”.
Pedro Filipe Soares intervindo no debate “BES: Autópsia a um saque” - Foto de Paulete Matos

O Fórum Socialismo 2014 está a decorrer durante este fim de semana em Évora e no domingo, 31 de agosto, às 16h terá a sua sessão de encerramento, onde intervirá a coordenadora do Bloco, Catarina Martins (consulte programa).

Neste sábado, o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, interveio no debate “BES: Autópsia a um saque”.

Após o debate, Pedro Filipe Soares disse à agência Lusa que uma eventual comissão de inquérito, com as atuais regras”, “fica refém dos interesses da maioria [PSD/CDS-PP]”, apesar de servir para “ter acesso a informação a que, de outra forma, não se teria acesso”. Apontou ainda que, “muitas vezes”, na comissão de inquérito, “o que fica aquém é o resultado, o apontar o dedo aos verdadeiros responsáveis e, aí, a maioria não pode ser uma força de bloqueio”.

Pedro Filipe Soares salientou que o Bloco vai lutar “contra essa força de bloqueio, caso ela exista”.

Segundo a Lusa, o líder parlamentar do Bloco considera que o BES foi alvo de “gestão danosa” pela família que o detinha e “objeto de um saque”, mas que a “parte da autópsia” “não ficou concluída” e é a que se segue.

“Teremos uma comissão de inquérito. Teremos de perceber também quais foram as responsabilidades dos intervenientes públicos”, referiu, argumentando que o Banco de Portugal “não está isento de responsabilidades” neste processo.

Pedro Filipe Soares defende que Ricardo Salgado “há muito tempo que deveria ter sido retirado de administrador do BES” e, se tal tivesse acontecido, a solução de criar o Novo Banco não teria sequer sido colocada em cima da mesa, porque o que teria havido seria “um aumento de capital”.

O deputado bloquista aponta: “Quem foi passivo agora tem também de responder por essa passividade”, sublinhando que as responsabilidades do Governo também devem ser apuradas.

Pedro Filipe Soares realçou: “Do lado do Governo, percebe-se agora, cada vez mais, que a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, poderá estar exposta em 1.300 milhões de euros, caso corra alguma coisa mal com a alienação do Novo Banco”.

O líder parlamentar do Bloco afirmou, por fim, que o governo Passos Coelho/Paulo Portas não protegeu o dinheiro dos contribuintes, salientando: “O Governo tinha prometido que nem um cêntimo dos contribuintes ficaria em risco. O que vemos agora é que não são cêntimos, são centenas de milhões que poderão estar em causa com esta solução. Veremos quais as cenas dos próximos capítulos”.

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