Está aqui
Luanda leaks: “Justiça e governo portugueses devem agir rapidamente”
A coordenadora do Bloco de Esquerda foi entrevistada este domingo por Paulo Baldaia, no Porto Canal, tendo o Luanda Leaks constituído o tema principal.
Catarina Martins acusou os vários governos portugueses, “não apenas o atual e o anterior”, de terem responsabilidade na “cumplicidade com a cleptocracia angolana”.
“20 anos sózinho a denunciar”
“Há 20 anos que o Bloco de Esquerda está sózinho no parlamento a denunciar o que tem sido um verdadeiro assalto ao povo angolano, com a cumplicidade da elite económica e financeira do nosso país”, destacou a coordenadora bloquista, lembrando que o Bloco foi acusado de tudo, “de falta de sentido de estado e até de neocolonialismo”.
“É uma situação lamentável, que envergonha o nosso país”, salientou, alertando que agora “é preciso agir rapidamente”.
“Será tão grave não se fazer nada agora, como foi não se ter feito nada antes”, afirmou a coordenadora do Bloco, considerando que havendo sinais de a justiça angolana “querer fazer a sua parte”, urge a justiça portuguesa agir, “o que nunca fez até agora”. “A justiça angolana fez a sua parte, fazendo o arresto de bens a Isabel dos Santos em Angola, a justiça portuguesa devia agir rapidamente”, frisou.
“Governo português tem um problema entre mãos com empresas estratégicas portuguesas”
A coordenadora criticou a posição do governo português, que “andou a agir para ajudar Isabel dos Santos quando não devia ter feito nada, devia ter tido uma posição muito crítica, porque era dinheiro do assalto ao povo angolano” e apontou que agora o governo deve agir e não “fazer de conta que está tudo bem”.
“Isabel dos Santos está a tentar vender as suas participações nas empresas portuguesas, está a receber o dinheiro que roubou ao povo angolano, para depois o ir esconder onde lhe apetecer” alertou Catarina Martins, apontando que “o governo português tem um problema entre mãos com empresas estratégicas portuguesas”.
“O governo português precisa também de entrar em diálogo com o povo angolano para permitir a melhor solução para estas empresas, respeitando aquilo que é do povo angolano, mas também defendendo que são setores estratégicos para Portugal”, sublinhou Catarina Martins.
Recordou que “a Efacec é uma empresa tecnológica industrial muito importante, com mão de obra altamente qualificada, com emprego que tem de ser protegido”, e defendeu que Portugal precisa muito dessa empresa, assim como das outras participações de Isabel dos Santos.
“Estas empresas ganhavam com controle público”, afirmou Catarina Martins, considerando que uma das formas seria “o governo português negociar com o governo angolano a forma como será possível assumir essa participação”.
Comentários
"justiça" à portuguesa
... e ambos devem agradecer ao Rui Pinto o trabalho que tem feito! Sem isso, pouca vergonha continuaria calada.
O BE deve liderar ( em
O BE deve liderar ( em sintonia com esses 20 anos de denúncia) a libertação imediata de Rui Pinto. Caso contrário o populismo vai cavalgar a situação. O mínimo que a Justiça pode fazer é que RP aguarde em liberdade qualquer julgamento, e com garantia de segurança. Se Rui Pinto não for libertado, fica provado (é minha convicção) que o Ministério Público protege os poderosos.
Adicionar novo comentário