Cada família perdeu quase mil euros desde o início da crise, calcula a DECO

22 de maio 2020 - 12:21

Segundo um inquérito online da DECO, 70% dos agregados familiares perderam rendimentos e os profissionais a recibos verdes foram os mais afetados. Mais de 10% têm dificuldades em pagar serviços básicos.

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Foto de Images Money / Flikr

Com a crise pandémica instalou-se também a crise social e económica e a DECO lançou na sexta feira os resultados de um estudo sobre os impactos da crise no rendimento das famílias portuguesas. A conclusão a que chegou foi que, em média, cada famíllia perdeu 944€ desde o início da crise, perfazendo um total de 3.9 mil milhões de euros em prejuízos no país, entre março e meados de maio. Segundo a agência Lusa, o estudo indica também que 70% dos agregados familiares sofreram perda de rendimentos.

Os dados apresentados resultaram de um questionário on-line que abrangeu cerca de mil pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos, uma amostra que a DECO considera “representativa da população portuguesa”. Entre os inquiridos, 9% assumiram a dificuldade em pagar créditos à habitação, 11% em suportar custos de alimentação, 12% no pagamento de rendas, 12% no abastecimento de gás, água e eletricidade e 13% nos serviços de telecomunicações.

“As poupanças, como consequência, estão a ser bastante afetadas. Num terço dos casos, as economias já foram usadas para enfrentar as despesas diárias e outro terço das famílias antevê a necessidade de o vir a fazer. Dadas as circunstâncias adversas, uma em quatro famílias viu-se forçada a pedir auxílio financeiro”, refere a agência Lusa a citar o referido estudo. Acresce ainda que 22% das famílias tem pelo menos um elemento que ficou temporariamente sem trabalho, em consequência de aplicação de ‘lay-off’ ou mesmo de despedimento.

“Durante os próximos 12 meses, 26% dos inquiridos preveem ser “provável” a perda de emprego e 30% o corte salarial sem redução de horário, enquanto 23% afirmam ser igualmente “provável” o aumento da carga horária com a mesma retribuição”, acrescenta o estudo.