Bloco quer mais protecção aos desempregados de longa duração

31 de agosto 2010 - 18:06

Números do Eurostat confirmam a profundidade e a gravidade da crise económica e social que Portugal atravessa, diz o deputado Heitor de Sousa.

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Heitor de Sousa: governo pode ir buscar receita fiscal nas despesas inúteis com submarinos. Foto de Paulete Matos

Uma das primeiras medidas que o Bloco de Esquerda vai apresentar no reinício da actividade parlamentar “é o alargamento do direito do subsídio de desemprego aos desempregados de longa duração”, anunciou o deputado Heitor de Sousa ao comentar a revisão em alta dos números do desemprego em Portugal em Maio e Junho, feita pelo Eurostat, que apontou para a taxa recorde de 11%.

Considerando que o Programa de Estabilidade e Crescimento não é uma opção de resposta à crise, Heitor de Sousa defendeu que o apoio ao emprego e o incremento das prestações sociais “é uma questão de escolha” por parte do governo e que este pode “ir buscar receita fiscal onde não o faz e cortar nas despesas inúteis com submarinos”.

“Se o governo tem como escolha atacar o subsídio social de desemprego, reduzir as medidas de apoio e protecção social, fá-lo não com o argumento de que se gasta muito dinheiro, mas porque quer cortar nessas despesas para satisfazer outro tipo de compromissos que não aqueles que resultam no apoio aos desempregados e aos serviços públicos essenciais”, disse.

Para o deputado bloquista, o PEC é um plano de “redução do investimento público que prenuncia um agravamento da austeridade das famílias” e “impossibilita” uma redução consistente do desemprego.

Para Heitor de Sousa, os números do Eurostat são históricos, “confirmam a profundidade e a gravidade da crise económica e social que Portugal atravessa, ao contrário do que o próprio primeiro ministro tem propalado nos últimos dias, neste regresso de férias, em que de cada vez que há um númerozinho menos desfavorável na economia ou na sociedade, logo vem dizer que a crise está em vias de ser ultrapassada”.

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