De acordo com os resultados parciais, as eleições que resultaram da demissão do governo comandado pelos liberais do VVD, liderado por Mark Rutte, voltaram a dar a vitória ao primeiro-ministro demissionário, desta vez por uma curta margem em relação aos sociais-democratas do PvdA de Diederik Samsom. O VVD deverá obter mais um ou dois deputados que o PvdA, tornando uma coligação entre os dois partidos, que somarão pouco mais de 80 deputados, o cenário mais provável num parlamento com 150 deputados.
A derrota da noite vai para a extrema-direita que provocou a queda do Governo antes do verão. O seu líder Geert Wilders assumiu a perda de 13 deputados como "um resultado catastrófico". A participação dos holandeses neste ato eleitoral superou os 75% dos 13 milhões de eleitores, após uma campanha marcada pelo debate acerca da austeridade e do dinheiro entregue ao fundo europeu para financiar economias em dificuldades, como a Grécia ou Portugal.
Quanto ao SP, o partido da esquerda radical que chegou a ser apontado como a grande surpresa das eleições, confirmou a perda nas intenções de voto registadas na última semana, aproveitada pelo candidato social-democrata, que usou a sua telegenia para fazer uma campanha ao estilo norte-americano.
"Estou muito orgulhoso deste partido e do milhão de eleitores que votou em nós", disse Emile Roemer, o líder do SP, na noite eleitoral. "E é verdade, estou também desiludido. O que é natural, pois ainda há pouco tempo estávamos tão acima nas sondagens. Mas esta desilusão só vai durar cinco minutos. A nossa campanha para as próximas eleições, como sempre no SP, começa agora", declarou aos apoiantes em Haia.
"O nosso número de voluntários cresceu, o número de membros aumentou muito e a nossa mensagem conquistou um enorme apoio. Mas ainda não conseguimos convencer as pessoas que o nosso partido também pode governar. Esse é o próximo passo", acrescentou Roemer no seu discurso. O líder do SP prometeu ainda continuar a luta e concluiu dizendo que "onde houver uma injustiça, nós lá estaremos".