Apoio às rendas: dez meses depois da proposta do Bloco, Governo alarga critérios

03 de fevereiro 2021 - 15:52

A taxa de esforço dos arrendatários que podem ser apoiados baixa de 35% para 30% aumentando o número possível de apoios. Maria Manuel Rola lembra que desde o início da pandemia o Bloco propunha este critério, também recomendado pela ONU.

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Habitação. Foto de Paulete Matos.
Habitação. Foto de Paulete Matos.

Foi publicada esta terça-feira em Diário da República uma portaria que altera as condições para aceder aos subsídios de apoio às rendas. Até esta altura a taxa de esforço dos arrendatários apoiados era de 35%. Passa agora a ser de 30%, um alargamento que permitirá aumentar o número de beneficiários da medida.

Esta proposta tinha sido apresentada há dez meses pelo Bloco de Esquerda. Maria Manuel Rola lembra, nas suas redes sociais, que a taxa de esforço agora adotada é a recomendada pela ONU e tinha sido proposta “desde o primeiro momento” pelo partido para que “não se constituíssem dívidas atrás de dívidas que as pessoas não podem pagar”.

De acordo com a deputada, a medida é tardia mas “mais vale tarde que nunca. E os e as inquilinas agradecem”, escreve.

O apoio ao pagamento de renda é feito através de um pedido de empréstimo ao Instituto Nacional de Habitação e Reabilitação Urbana, o IHRU. São elegíveis para estes apoios as famílias que sofreram perdas de rendimentos de mais de 20%. No caso das famílias que tenham uma taxa de esforço de 100%, o empréstimo passará a ser uma comparticipação integral a fundo perdido para pagar a renda de casa.

Apesar do número de famílias que viram os seus rendimentos reduzidos no último ano, não foram muitos os apoios pagos neste âmbito. A mesma deputada bloquista já tinha questionado anteriormente a baixa taxa de aprovação de candidaturas. No final de dezembro, beneficiavam do apoio 748 famílias, tendo sido aprovadas apenas 32% das candidaturas que chegaram desde abril. A esmagadora maioria foi assim rejeitada ou foram pedidos mais elementos comprovativos. “Desconformidades” relativamente aos contratos de arrendamento, problemas em provar a quebra de rendimentos ou a falta da declaração de honra que deve acompanhar o processo são, segundo o Público, os principais fatores de indeferimento.

O Governo reconhece finalmente a necessidade do alargamento do apoio aos inquilinos. Tínhamos proposto desde o primeiro...

Publicado por Maria Manuel Rola em Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A nova portaria também altera outro aspeto: passa a exigir-se, de três em três meses, um comprovativo de manutenção de quebra de rendimentos, sem o qual este apoio deixará de ser pago.