Manuel Chivonde Baptista “Nito Alves”, que faz parte do grupo de 15 ativistas em julgamento em Angola por atos preparatórios de rebelião, foi hoje condenado sumariamente a seis meses de prisão e ao pagamento de 50 mil kwanzas (285 euros) em taxa de justiça, mas não pelo crime pelo qual está a ser julgado. Desta vez, a acusação foi de injúrias aos magistrados.
Nito Alves, citado por Maka Angola, afirmou "não temo pela minha vida, este julgamento é uma palhaçada", quando o juíz interrogava o seu pai, Fernando Baptista. Segundo o juíz, Nito Alves "tomou irreverentemente a palavra", e proferiu "factos graves imputados gratuitamente ao tribunal com o propósito de o denegrir e o injuriar", ainda segundo a Maka Angola.
O jovem ativista tinha estado durante seis meses em prisão preventiva e regressa agora à cadeia depois de 51 dias de prisão domiciliária.
Afonso Matias Mbanza Hamza, outro dos ativistas, não apareceu na audiência na segunda-feira, o que o tribunal considerou “um desrespeito” e também corre o risco de ter um julgamento sumário.
Mbanza Hamza justificou a ausência pelas dificuldade financeiras que tem, em consequência de lhe terem retirado os cartões de multibanco quando foi detido. Desde então, tem tentado reaver os documento e pediu permissão ao tribunal para ir ao banco, mas não obteve resposta, segundo o jornal Público. Mbanza descreve como ele e a sua família (a companheira, dois filhos com menos de cinco anos e dois irmãos) vivem em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com uma refeição por dia de arroz branco que lhes é doado.