Os resultados da recente eleição no estado de Uttar Pradesh, na Índia revelaram um surpreendente resultado.
O herdeiro político da dinastia Gandhi, Rahul Gandhi, sofreu uma estrondosa derrota. O seu partido, o Partido do Congresso, do qual é secretário-geral, ficou num lamentável quarto lugar no final da apuração dos votos, na última terça-feira. Uttar Pradesh, com uma população de 200 milhões de habitantes, é o estado de maior população do país.
Rahul Gandhi não era candidato no estado mas empenhou todas as suas forças para levar o partido à vitória. Participou em nada menos que 200 comícios em cidades e vilarejos. Mas todo esse esforço não foi suficiente. E, pelo contrário, demonstrou o nível de descrédito que a família Gandhi goza entre a população do país.
Todos sabem que o Mahatma Gandhi protagonizou a luta da independência contra o império britânico. Desde então, durante décadas, a dinastia Gandhi dominou o cenário político da Índia e foi uma das principais responsáveis pela manutenção da miséria em que se encontra o país.
A Índia de hoje é um pais assolado pela corrupção. Tem 60 milhões de crianças subnutridas. Junto com a China, em termos numéricos, é um dos países com maior número de pobres e miseráveis. As condições de trabalho não chegaram sequer ao século XX, com 50 milhões de trabalhadores temporários. Existe uma guerra civil e conflitos étnicos como o de Caxemira.
O atual primeiro-ministro, Manmohan Singh, é vassalo dessa lamentável dinastia. Até a derrota desta semana, Rahul, neto de Indira Gandhi, era considerado o futuro primeiro-ministro; mas, agora, o seu destino político é incerto, já que as massas de Uttar Pradesh demonstraram, nas urnas, todo o seu repúdio. O seu partido conseguiu apenas aumentar em 6 o número de deputados eleitos.
As eleições ocorreram num momento em que o governo está em pleno descrédito. Basta lembrar que, no ultimo dia 28, milhões participaram da poderosa greve geral que, além das reivindicações pela melhoria das condições de vida e trabalho, representou uma espetacular crítica ao governo.