“Defender o sistema de pensões é defender um futuro com dignidade para quem trabalha”

23 de July 2015 - 15:47

Catarina Martins reuniu com dirigentes da APRe! e apresentou as propostas do Bloco para garantir a sustentabilidade da Segurança Social. Rosário Gama assinalou o consenso com muitas das propostas que fazem parte do caderno reivindicativo da associação de pensionistas.

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Rosário Gama e Catarina Martins na reunião do Bloco com a Apre!

No final do encontro que juntou delegações do Bloco de Esquerda e da APRe!, Catarina Martins defendeu que “o sistema de pensões não é um fardo para uma sociedade, é a forma como uma sociedade se protege e se prepara para o envelhecimento que é natural na vida de cada um e cada uma de nós”.

A porta-voz do Bloco insurgiu-se contra o discurso do governo sobre a insustentabilidade da Segurança Social, que é repetido “sem que nunca se apresente números”. “O Bloco de Esquerda renova esta exigência ao governo para que apresente os dados desagregados das pensões dos vários regimes da Segurança Social para sabermos do que é que estamos a falar. A opacidade do Governo não é aceitável e serve só para fazer uma campanha do medo sobre a sustentabilidade da Segurança Social”, afirmou, propondo a formação de “um conselho consultivo formado por pessoas reformadas junto da Segurança Social, que possa acompanhar essas mesmas contas e que saiba sempre todos os números sobre a Segurança Social”.

“Não aceitamos que o futuro seja sempre cortar nas pensões. PSD e CDS já votaram na Assembleia da República a intenção de cortar 600 milhões de euros nas pensões, um futuro em que os pensionistas vão viver pior. E o PS propõe cortar na TSU, que vai significar não só mais pressão sobre a sustentabilidade da Segurança Social agora, como também a ideia de que no futuro as pensões serão cada vez mais baixas”, prosseguiu a porta-voz bloquista.

A alternativa do Bloco passa por abrir o  debate em Portugal sobre a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social. “Propomos que seja possível taxar sobre o valor acrescentado das grandes empresas e do sistema financeiro, uma taxa muito pequena de 0.75%, que já daria para em quatro anos angariar o dobro da receita que o governo diz que falta neste momento e é o motivo para cortar mais 600 milhões”, afirmou Catarina Martins.

Por seu lado, Rosário Gama afirmou aos jornalistas que a APRe! vai dar início a uma campanha contra a abstenção. “Esta ronda pelos partidos tem como objetivo falar desta campanha “A volta pelo voto” e entregar o caderno reivindicativo com seis questões relacionadas com os reformados e política económica que gostaríamos de ver respondidas”.

“Quando recebermos as respostas, enviaremos para todos os associados e as pessoas terão a possibilidade de fazer um voto esclarecido”, explicou a fundadora da associação de reformados e pensionistas, que assinalou o “consenso” verificado neste encontro no que respeita à maior parte das questões que integram o caderno reivindicativo da associação.