JP Morgan paga multa recorde por vender lixo tóxico

20 de November 2013 - 11:48

Banco norte-americano faz acordo com o Departamento de Justiça dos EUA e pagará 13.000 milhões de dólares de multas e compensações, reconhecendo que desinformou o público e que sabia que as hipotecas subprime não podiam ser consideradas investimentos seguros.

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Parte do dinheiro irá apoiar proprietários de hipotecas em dificuldade. Foto de Jakerome

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou nesta terça-feira um acordo final com o JP Morgan Chase para que este banco pague uma multa recorde de 13.000 milhões de dólares por más práticas hipotecárias. “Sem dúvida, a conduta revelada no curso desta investigação espalhou as sementes da crise hipotecária [de 2008]”, disse em comunicado Eric Holder, Procurador-Geral dos Estados Unidos.

O banco reconheceu que desinformou o público em relação aos valores envolvidos nas hipotecas subprime e que alguns dos seus empregados sabiam que esses produtos não tinham condições de ser oferecidos como investimentos seguros.

Holder sublinhou que “o JP Morgan não foi a única instituição financeira que agrupou empréstimos tóxicos e os vendeu a investidores confiantes, mas isso não é desculpa para o comportamento do banco.” Recorde-se que a crise financeira que começou em 2008 acabou com bancos do porte do Lehman Brothers.

Processo criminal contra executivos continua

O acordo não impede a continuação da investigação criminal em curso contra os executivos do JP Morgan pela venda dos ativos-lixo.

O acordo inclui o compromisso de pagar 4.000 milhões de dólares a proprietários de hipotecas em dificuldades, e 9.000 milhões para encerrar ações judiciais e estatais pelas perdas provocadas pelas hipotecas tóxicas.

Desses 9.000 milhões, 2.000 serão pagos como multa civil exigida pelo Departamento de Justiça, enquanto que outros montantes serão pagos aos Estados de Nova York, Illinois, Massachusetts, Delaware, California e outras instituições que representam os prejudicados.

O valor do acordo supera o que penalizou a petrolífera BP, que teve de pagar 4.500 milhões pela fuga de petróleo no Golfo do México em 2010, e que era até agora a maior multa imposta a uma única empresa.