Aumento do IVA é uma espécie de “roubo de carteirista”

28 de May 2011 - 17:10

O cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda pelo distrito de Santarém, José Gusmão, sublinhou as contradições alimentadas pelo PS e PSD durante a campanha que “nada têm a ver com as escolhas com as quais o país está confrontado”. Neste comício participou também Francisco Louçã e o dirigente local António Gomes.

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“Um gato de fora com o rabo escondido”, e “o rabo é o aumento do IVA”, disse José Gusmão. Foto de Paulete Matos

Durante um almoço realizado no Entroncamento, José Gusmão, cabeça-de-lista pelo distrito de Santarém lembrou que, na realidade, não existem diferenças entre as candidaturas do PS e PSD. Apesar de tentarem esconder a sua agenda, e de negarem “um debate sério”, ambas as candidaturas têm como base os memorandos de entendimento firmados com a troika, que representam “os sonhos mais antigos da direita”, nomeadamente ao nível de promover os despedimentos e de atacar o Estado Social, avançou o dirigente do Bloco.

José Gusmão falou também sobre a questão da diminuição da Taxa Social Única (TSU), alertando que, quer as versões contraditórias da proposta do PSD que Passos Coelho já avançou, quer a proposta do PS, que se mantém no segredo nos deuses, irão penalizar os contribuintes.

“Um gato de fora com o rabo escondido”, assim chamou José Gusmão a esta questão. E “o rabo é o aumento do IVA”, adiantou. “Se o corte dos salários e das pensões é uma espécie de roubo por esticão, o aumento do IVA é uma espécie de roubo de carteirista”, “só se dá conta quando se vai à carteira e não se sabe onde foi parar o dinheiro”, avançou o deputado do Bloco.

O “voto útil no Bloco é a resposta ao voto perigoso”

Francisco Louçã afirmou que o objectivo do Bloco em Santarém não é eleger José Gusmão, actual deputado do Bloco, mas sim eleger a segunda candidata, Sara Cura, que dará um importante contributo ao país na área da cultura e do serviço público e fará “a diferença no parlamento”.

O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda falou sobre o “perigo do voto “perigoso”. “Vimos bem que a direita desapareceu desta campanha eleitoral”, afirmou Louçã. Estão “tranquilos” com o programa que assinaram “juntamente com o PS”, defendeu.

“O CDS limita-se a percorrer o país e apelar ao voto com um único argumento: espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais primeiro-ministro do que eu?”, ironizou o dirigente do Bloco.

Quanto ao PSD, Francisco Louçã lembrou o silêncio a que tem estado remetido Pedro Passos Coelho, silêncio esse que foi interrompido quando o próprio foi acusado pelo bispo católico D. Januário Torgal Ferreira de ter cometido um “acto desprezível” ao querer perpetuar a perseguição contra as mulheres que recorrem à interrupção voluntária da gravidez, “uma questão já resolvida pela lei e pela justiça”, avançou Louçã.

O silêncio do PSD também foi interrompido recentemente, lembrou o dirigente do Bloco, quando o seu dirigente veio alegar que “não se lembrava bem do acordo que tinha assinado. “Mas nós conhecemos bem o seu conteúdo e é contra ele que nos erguemos”, avançou Louçã.

“O voto perigoso na direita é o voto que destrói, que não responde às dificuldades”, alertou Louçã, e o “voto útil no Bloco é a resposta ao voto perigoso”.

Bloco conquistará o “melhor resultado de sempre” no distrito

O dirigente local do Bloco de Esquerda António Gomes afirmou que o partido irá “surpreender nas eleições”, conquistando o “melhor resultado de sempre” no distrito.

António Gomes referiu-se também a uma das temáticas mais caras à região: a questão da ferrovia, acusando o bloco central do PS e PSD de ser responsável pelo total descontrolo financeiro que caracteriza este sector e pela manifesta degradação dos serviços prestados à população.

“Os cidadãos e os trabalhadores não se esquecem” das consequências das suas políticas, adiantou, lembrando ainda que os dois partidos se limitaram a preparar o terreno para a privatização dos sectores mais rentáveis.

Imagem do rotator