Politécnico: docentes em vigília contra precariedade

23 de July 2009 - 18:15
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Os docentes do politécnico não desistem. Foto de arquivo da FenprofHá três semanas em greve, os professores do ensino superior politécnico promovem esta quinta-feira uma vigília em frente ao Palácio de Belém para "sensibilizar o Presidente da República" para a sua luta. Os docentes acusam o novo estatuto de precarizar ainda mais as vidas de centenas de professores. A greve termina no final deste mês.  

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNEsup) concoca esta vigília para que Cavaco Silva não promulgue o novo estatuto da carreira docente do ensnio superior, depois de na semana passada ter decidido manter a greve aos exames até 31 de Julho, perfazendo quatro semanas completas de greve. A vigília será entre as 19 e as 24h, em frente ao Palácio de Belém.



A adesão à greve tem vindo a decrescer nos últimos dias, embora ainda ainda valores muito significativos, principalmente no Porto. Segundo Gonçalo Xugre (Presidente do Snesup), no Porto a adesão à greve continua próxima dos 100% (dos 168 exames previstos realizaram-se 142), em Lisboa a adesão situa-se ente os 50 e os 60% e em Coimbra entre 30 a 40%.

Quanto aos alunos, os docentes dizem que vão "continuar a pedir-lhes paciência (aos alunos) e explicar que os docentes tudo farão para repetir qualquer prova que não tenha sido realizada". Se as instituições decidirem não repetir as provas, Gonçalo Xufre considera que haverá um "prejuízo efectivo para os alunos" que os docentes "nunca pretenderam que acontecesse".

O SNESup está contra o regime de transição de carreiras imposto para o subsistema politécnico, que não acautela totalmente a situação de milhares de professores, que estão há anos em situação precária, em dedicação exclusiva e em tempo integral, com contratos precários renováveis em muitos casos de dois em dois anos.

Exemplo desta situação é o Instituto Politécnico de Beja, que se prepara para dispensar 23 professores com o argumento de não lhes conseguir atribuir um horário completo. "Os docentes tem sido muito fragilizados. O problema aqui não é a greve ou a situação transitória. É não saberem se têm contrato. Com a introdução de medidas avulsas neste processo, muitas instituições fazem interpretações diferentes da lei. Muitas instituições vão implementar políticas que fazem com que as pessoas percam o seu posto de trabalho. O que está a acontecer em Beja é paradigmático com o que vai acontecer nestes 5 anos", garantiu Gonçalo Xufre.



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