Portugal registou uma quebra de 2,7% no emprego no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008. Na União Europeia, a quebra no emprego cifrou-se em 1,9% e na Zona Euro a descida foi de 1,8%. Tanto a OCDE como o Eurostat apontam para a estabilização da taxa de desemprego do país em 9,2%, o que significa que os trabalhos temporários de Verão não foram suficiente para recuperar emprego.
Face ao primeiro trimestre, o emprego diminuiu 0,5% na Eurozona e 0,6% na UE, enquanto em Portugal o declínio foi de 0,9%, segundo o Eurostat.
Portugal apresenta a sétima maior quebra no emprego, tanto em termos homólogos como em relação ao trimestre anterior.
A taxa de emprego mede a relação entre a população empregada e a população activa, devendo ser analisada em conjunto com a taxa de desemprego, porque permite indentificar contingentes de pessoas que estão efectivamente desempregadas embora tenham desistido de procurar trabalho.
Os dados da OCDE mostram também que a taxa de desemprego em Portugal estabilizou em Julho, face ao mês anterior, nos 9,2 por cento, e no conjunto dos países em 8.,5%. Estes valores coincidem com os do Eurostat e significam que a taxa de desemprego em Portugal no segundo trimestre agravou-se 1,5 por cento face ao mesmo período de 2008.
A estabilização em relação ao mês passado siginifica também que os empregos temporários de verão não foram suficientes para reduzir a taxa de desemprego.
"O que os dados provam é que a época em que há mais empregos sazonais, temporários, que é o período do Verão, por causa do turismo, não permitiu à economia portuguesa sequer recuperar emprego significativo e por isso mesmo a trajectória descendente da economia em termos de emprego tem vindo a agravar-se", referiu Francisco Louçã, durante um almoço com várias comissões de trabalhadores do parque industrial de Palmela.
O dirigente bloquista lembrou que quando esteve a fazer campanha no Algarve "sentiu a dimensão desta crise", visto que naquela zona "num ano a taxa de desemprego duplicou".
Louçã considerou ainda "preocupante" a previsão do Banco de Portugal, que já reconheceu a possibilidade de mais 200 mil desempregados em 2009 e 2010: "Estamos já num recorde histórico e isso levar-nos-ia a um recorde nunca visto na história portuguesa", afirmou.