Na sua primeira intervenção como deputado, o bloquista Nelson Peralta começou por afirmar: “O planeta não pode esperar. A crise climática é uma urgência da Humanidade”.
Saudando o governo, por definir a resposta à crise climática como uma das prioridades, levantou algumas preocupações e “desde logo a criação de uma fiscalidade verde”, perguntando em que consistirá “concretamente”, como será “neutra nas receitas do Estado” e “com discriminação positiva para o consumo” e se será “neutra ou mais justa para a população mais empobrecida”.
Nelson Peralta criticou o facto de o programa de governo considerar o comércio de carbono como o principal instrumento para a descarbonização e alertou: “já se provou que entregar ao mercado este instrumento da democracia não funciona. O mercado é um teto inultrapassável à ambição climática. A realidade continua a ser que 100 empresas são responsáveis por 71% das emissões de gases de estufa”.
E, perguntou: “que medidas estruturantes tem para reduzir as emissões ao nível da produção? Onde está a reconversão industrial? Que é feito da reorganização da economia para garantir que grandes poluidores não o continuam a ser?”
A concluir, o deputado alertou que as camadas mais empobrecidas são as mais vulneráveis à crise climática e as que menos contribuem para o aquecimento climático e afirmou: “A resposta tem que ser a sua proteção e não o acentuar de desigualdades. A resposta é justiça climática, justiça na economia”. Salientando ainda, que “o sistema que colocou o planeta à beira do colapso é o mesmo que cria as desigualdades sociais” e que a resposta só pode ser “construída com políticas de igualdade”.