“Quando um privado gere um serviço público, além do serviço, estamos a pagar o seu lucro”

06 de February 2017 - 10:06

“Creio que, neste país, não há ninguém neste momento que não perceba que um serviço que é público tem de ser prestado pelo Estado”, frisou Catarina Martins durante uma viagem de autocarro, entre Mamodeiro e Aveiro, na Aveiro Bus.

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Segundo a coordenadora bloquista, este é mais um “exemplo de que por que é que os transportes públicos devem ser públicos”, na medida em que “quando são privados não servem a população”.

"Se alguém se tinha esquecido do que era a governação PSD-CDS está aqui à vista em Aveiro, onde acabam de privatizar os transportes coletivos e com isso aconteceu uma brutal redução do número de carreiras e horários", avançou.

Catarina Martins criticou ainda o anúncio da autarquia de que será feita uma avaliação, e que apenas em março poderão ser introduzidas algumas alterações, com o reforço de carreiras, por exemplo. Para a deputada, é uma falta de respeito e “totalmente inaceitável” dizer “fiquem três meses sem transportes e nós depois avaliamos”.

O Bloco, que se solidariza com a população que se mobilizou para reivindicar transportes públicos de qualidade, vai, “por todos os meios, apoiar as populações que ficaram sem transportes”, garantiu Catarina Martins, lembrando que, a par das populações, também os trabalhadores são “vítimas da privatização”.

“Creio que neste país não há ninguém neste momento que não perceba que um serviço que é público tem de ser prestado pelo Estado”, frisou a coordenadora bloquista, assinalando que “cada vez que entregamos um serviço a um privado, além de estarmos a pagar o custo desse serviço, estamos também a pagar o lucro desse privado”.

“E, assim como aqui não tem sentido nenhum a privatização de transportes, como acabámos de ver, também não tem sentido fazer PPP (parcerias público privadas), que foram dos contratos mais ruinosos que o nosso Estado conheceu”, acrescentou.

Referindo que a posição do Bloco sobre esta matéria, leia-se a sua oposição às PPP, é conhecida, Catarina Martins afirmou que “espera que exista a sensatez de compreender que quando um privado está a gerir um serviço público, além do serviço público estamos a pagar o lucro do privado”.

“Se os contribuintes pagam, não devem pagar o lucro do privado, devem pagar o que custa o serviço público. Esse é um princípio salutar, de políticas saudáveis, e esperamos que seja esse o caminho que o país faz, será esse o caminho pelo qual o Bloco de Esquerda vai lutar”, rematou.

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