Considerada a “mãe da Rede de Bibliotecas Municipais” do nosso país, a investigadora Maria José Moura “serviu a causa das bibliotecas durante toda a vida”, aponta a Direção-Geral do Livro, Arquivo e Bibliotecas (DGLAB) no comunicado a dar conta do seu falecimento e a destacar o seu “papel determinante na Leitura Pública no Portugal democrático, em particular, com a implantação do Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas”.
Maria José Moura licenciou-se em Ciências Históricas e Filosóficas e com o Curso de Bibliotecário Arquivista pela Universidade de Coimbra, tendo dirigido os Serviços de Documentação da Universidade de Lisboa até 1987. No ano anterior eram criadas as bases da rede nacional de bibliotecas municipais que hoje conta com mais de 200 equipamentos em todo o país.
Fundadora da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD), Maria José Moura integrou os comités permanentes da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, designadamente do de Bibliotecas Públicas e do de Edifícios e Equipamentos Bibliotecários. Foi também coordenadora-geral do Projeto do Inventário do Património Cultural Móvel, delegada nacional do Programa Geral de Informação da UNESCO, vice-presidente do Conselho Superior de Bibliotecas, responsável pelo National Focal Point – Telematic for Libraries Program, membro do Information Society Forum, em Bruxelas, e fazia parte da Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura.
“Bibliotecas públicas são um dos mais importantes instrumentos de combate à crise”
Convidada pelo Bloco de Esquerda em 2011 para participar numa audição pública sobre a proposta de criação de uma Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, Maria José Moura reafirmou a importância das bibliotecas como espaço de combate à crise.
“Há poucas instituições mais disponíveis para o desenvolvimento social. Onde é que se faz a aprendizagem ao longo da vida? É só nas novas oportunidades? Não, é nas bibliotecas públicas e, por esta razão, podemos afirmar que as bibliotecas públicas são um dos mais importantes instrumentos de combate à crise”, defendeu.
O Bloco de Esquerda destaca o empenhamento e a energia de Maria José Moura na defesa da liberdade, da cultura e do conhecimento e envia as suas sentidas condolências a todos os seus familiares e amigos.
O velório de Maria José Moura realiza-se esta sexta, na igreja de N. S. da Conceição, nos Olivais, em Lisboa, de onde o funeral sairá no sábado, em direção ao Cemitério dos Remédios, em Évora, onde será rezada missa de corpo presente pelas 11:00, segundo a DGLAB.
