Lufthansa e United Airlines estão a avançar para a compra da participação privada na TAP. Segundo o Jornal de Negócios, isto poderá acontecer de duas formas: ou comprando apenas a posição de 50% que David Neeleman tem na Atlantic Gateway ou adquirindo a totalidade da firma. Para isso seria preciso negociar igualmente com Humberto Pedrosa do grupo Barraqueiro que é dono da outra metade desta empresa.
A TAP é propriedade dividida do Estado, que detém 50%, da Atlantic Gateway, que detém 45%, e de seus trabalhadores que detêm 5%.
Estas movimentações acontecem num quadro de tensão entre a atual comissão executiva da TAP, controlada por Neeleman, e o governo. A TAP divulgou a semana passada as contas de 2019, revelando um prejuízo de 105,5 milhões de euros. E o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos, veio a público declarar que a empresa já devia estar a ter lucros: “o orçamento da TAP que a comissão executiva apresentou ao Conselho de Administração para 2018 e para 2019 previa lucro. Aquilo que nós tivemos não foi um desvio qualquer, de lucro para mais de 100 milhões de euros de prejuízo”. Ficou-se também a saber que, apesar dos resultados negativos, a empresa decidiu atribuir prémios de desempenho às chefias, o que também gerou desagrado.
De acordo com o ECO, também estarão na corrida para a compra da parte detida por Neeleman a Air France/KLM.
O interesse da Lufthansa na TAP passa sobretudo pela ligação aérea à América Latina, nomeadamente ao Brasil. Os rivais da Air France-KLM deram, em setembro passado, mais um passo nesse mercado: o seu parceiro Delta entrou no grupo sul-americano Latam.