Numa conferência de imprensa, Ricardo Robles, do grupo municipal do Bloco de Lisboa propôs a "criação de uma comissão eventual de inquérito para que sejam apuradas todas as responsabilidades sobre este processo, todos os factos, intervenientes e responsáveis".
"Há muito que é preciso explicar e era importante que a Assembleia Municipal, que se envolveu tanto na parte de preparação da obra, também se envolva agora nos esclarecimentos", afirmou o deputado municipal bloquista. O documento apresentado pelo Bloco propõe que a comissão seja composta por dez elementos que representem as forças políticas eleitas para a Assembleia Municipal de Lisboa (AML).
No início de setembro, Fernando Medina anulou o concurso para a requalificação da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar se existiam possíveis conflitos de interesses na obra pois ficou público que o autor do projeto dos pavimentos era também fabricante e comercializava um dos componentes do mesmo. A decisão suspendeu a totalidade das obras em curso na Segunda Circular.
A primeira fase das obras teve início em julho, depois de muita contestação, e deveria terminar no início de outubro. Esta primeira fase, segundo a Agência Lusa, estava orçamentada em 750 mil euros. A segunda fase, num valor de 9.5 milhões, consistia nos dez quilómetros entre o nó da Buraca e o aeroporto. O projeto previa a renovação do piso, substituição da iluminação, reparação do sistema de drenagem, redução do número de cruzamentos, além da arborização e ampliação do separador central e renovação da sinalética, entre outras mudanças.
A proposta do Bloco será agora discutida na conferência de representantes da AML que irá decidir se é levada a plenário ou não. "A transparência e a responsabilidade não podem apenas ser evocadas, têm de ser exercidas. Compete a esta Assembleia Municipal a responsabilidade e a transparência de fiscalizar o executivo municipal e o que se passou na Segunda Circular exige o nosso empenho", concluiu Ricardo Robles.