Ferroviários querem ACT a fiscalizar violações do direito à greve

03 de June 2018 - 11:56

As organizações que convocam a paralisação desta segunda-feira acusam a CP de estar a convocar ilegalmente outros trabalhadores para substituir quem adere à greve.

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Foto de Paulete Matos.

Numa denúncia entregue à ACT, cinco sindicatos alertam para a “violação clara” do direito à greve em curso na CP, nomeadamente “através da substituição dos trabalhadores grevistas no que respeita ao acompanhamento de comboios (Operadores de Revisão e Venda — Revisores), por trabalhadores que não executam estas funções nestes locais de trabalho (a bordo dos comboios)”.

A greve convocada para esta segunda-feira, 4 de junho, tem como principal reivindicação a segurança do transporte ferroviário, com a intenção da CP em reduzir para o mínimo de um trabalhador por comboio. Os trabalhadores querem saber qual a avaliação de risco que foi feita sobre essa medida, quem decide situações de exceção e fiscaliza o cumprimento dos regulamentos. E chamam a atenção para o elevado núero de descarrilamentos em linhas/troços onde a CP quer implementar o regime de agente único.

Os sindicatos apelam à Autoridade para as Condições do Trabalho para que intervenham com ações inspetivas aos comboios que partem na tarde deste domingo de Lisboa (Santa Apolónia) e Porto (Campanhã), alargando as inspeções na segunda-feira, dia de greve, às partidas de Lisboa (Cais do Sodré e Rossio), Barreiro, Porto (São Bento), Coimbra, Entroncamento, Aveiro, Faro e Régua. A greve abrange todos os trabalhadores da CP, Medway e Takargo e não foram decretados serviços mínimos para além dos necessários a situações de emergência.

A denúncia é subscrita pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), Sindicato Nacional Ferroviários de Movimento e Afins (SINAFE) e Sindicato Nacional de Ferroviários e Afins (SINFA).