Cessar-fogo ignorado, mais mortes na Síria

26 de February 2018 - 22:08

Mesmo após a ONU ter pedido aplicação imediata do cessar-fogo, os ataques por bombardeamento continuam na Síria e Bashar al-Assad, com a ajuda da Rússia, continua a provocar mortes em Ghouta Oriental. Na última semana, contam-se pelo menos 510.

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Fotografia: Hamza Al-Ajweh/AFP

Vários bombardeamentos aéreos e disparos de mísseis do regime sírio têm atacado civis na região de Ghouta Oriental, perto de Damasco. Estes ataques continuaram mesmo após a aprovação na Organização das Nações Unidas (ONU) de um cessar-fogo de 30 dias. António Guterres, secretário-geral da ONU, considera esta situação “um inferno na terra”.

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A ONU tinha aprovado no sábado, dia 24, uma resolução em que exigia a todas as partes beligerantes que suspendessem imediatamente as hostilidades durante 30 dias. A resolução referia-se a todo o país, mas particularmente a Ghouta Oriental. A trégua iria permitir a retirada dos feridos e ajuda humanitária. Desde aí, a intensidade dos bombardeamentos diminuiu, mas não parou, e pelo menos mais 30 pessoas morreram nas últimas 48 horas, vítimas dos ataques do regime. Os moradores usaram a situação mais calma para procurarem provisões.

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Na noite de domingo, dia 25 de fevereiro, os profissionais dos serviços de saúde de Ghouta Oriental disseram que várias pessoas mostraram sintomas condizentes com a exposição ao gás cloro após uma explosão.

Bashar al-Assad, presidente da Síria, apoiado pela Rússia e pelo Irão, tem estado a reconquistar gradualmente as áreas onde os opositores ao seu regime se insurgiram contra o seu regime em 2011. Ghouta Oriental é o último grande bastião rebelde nas proximidades de Damasco, sede da administração de Assad. Esta ofensiva é considerada uma das mais violentas desta guerra, que já dura há sete anos.

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O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo de monitoramento sediado no Reino Unido, refere a ocorrência de pelo menos 522 mortos na região. Não há dados sobre os feridos graves.

O cerco a Ghouta Oriental começou em 2013, dois anos depois do início da guerra. Apesar de a cidade ser isolada e bombardeada há anos, a nova campanha área, feita pelo regime de Assad e pelo seu aliado, a Rússia, intensificou os ataques nesta última semana.