VIII Convenção do Bloco: “Vencer a troika”

Realizou-se em novembro de 2012 a VIII Convenção do Bloco que elegeu João Semedo e Catarina Martins como seus coordenadores. A Convenção definiu como primeira prioridade demitir o governo e lutar por um Governo de Esquerda. A mesa nacional eleita na convenção elegeu uma nova comissão política e o grupo parlamentar elegeu por unanimidade Pedro Filipe Soares e Cecília Honório presidente e vice-presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.

25 de dezembro 2012 - 2:30
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Em 2012, o Bloco de Esquerda realizou a sua VIII Convenção, que deu lugar a uma importante renovação da direção partidária e elegeu pela primeira vez uma coordenação paritária.

A VIII Convenção teve como lema “Vencer a troika” e na sessão de encerramento a coordenadora Catarina Martins apontou como primeira prioridade do Bloco de Esquerda “demitir este governo”. A coordenadora lembrou o “tempo difícil” que se vivia em 2011, “quando já se sabia que a austeridade era o caminho da destruição, quando Passos Coelho ia dizendo que não era ainda tempo de ir ao pote, quando os banqueiros foram à televisão exigir o resgate”. “E bem sabemos que os únicos ajudados foram os donos dos bancos”, lembrou apontando o resultado: “mais 200 mil pessoas sem emprego, jovens, sem lugar no seu país”, “a economia parada, uma dívida que não para de crescer”.

O coordenador João Semedo, também na sessão de encerramento da VIII Convenção, acusou o governo de levar o país à destruição e ao abismo, “por um ajuste de contas da direita com o mundo do trabalho e o estado social”, com o argumento e o “insulto de que neste país de salários mínimos todos vivemos acima das nossas possibilidades”. “Acima das nossas possibilidades são os juros que pagamos e que destroem o país”, respondeu João Semedo, lembrando uma longa lista, das privatizações ao financiamento público, da destruição dos serviços públicos. O coordenador defendeu a urgência de parar o programa suicidário da direita, afirmando “temos de defender o país deste Governo” e defendendo o derrube do gabinete de Passos Coelho e a construção de uma alternativa de esquerda. Sobre o Bloco, João Semedo lembrou tanta coisa que mudou no país nos 13 anos de vida do partido, em particular as coisas que mudaram porque o Bloco existiu, como a participação das mulheres na política devido à lei da paridade, o casamento de homossexuais, a criminalização do enriquecimento ilícito, o tratamento dos toxicodependentes como doentes e não como criminosos, a legalização da interrupção voluntária da gravidez. “Não fizemos tudo sozinhos, mas estávamos lá e fomos à luta e ganhámos, como continuaremos a ganhar!”, declarou. João Semedo prestou ainda homenagem a todos os bloquistas, mas em especial aos quatro primeiros fundadores e dirigentes, Miguel Portas, Fernando Rosas, Luís Fazenda e Francisco Louçã, sublinhando que não é uma despedida, porque, à exceção do Miguel, que já não está entre nós, todos os outros “estão aqui e é neste Bloco que passa a luta deles”. (ver artigo neste dossier)

Na VIII Convenção do Bloco de Esquerda estiveram em debate, intenso e fraternal, duas moções, tendo a moção A eleito 61 pessoas para a nova mesa nacional, enquanto a moção B elegeu 19 pessoas. Para a Comissão de Direitos, a moção A obteve 5 mandatos e a B 2 mandatos.

A VIII Convenção do Bloco de Esquerda foi antecedida por um comício internacionalista com representantes do Die Linke da Alemanha, do Parti de Gauche da França, da Syriza da Grécia e da Izquierda Unida de Espanha. Nesse comício, Francisco Louçã destacou que as esquerdas europeias estão unidas e prontas para lutar contra o terrorismo financeiro” e declarou: “Há uma esquerda na Europa!”

Após a VIII Convenção, a 6 de dezembro de 2012, o coordenador do Bloco João Semedo anunciou publicamente que, por proposta da comissão política do partido Pedro Filipe Soares e Cecília Honório foram eleitos por unanimidade presidente e vice-presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.

Antes da VIII Convenção, o Bloco de Esquerda apresentou 6 medidas fundamentais para salvar a economia. O Bloco denunciou então que o OE para 2013, “representa o maior aumento de impostos da história portuguesa” e que no fim de 2013, “ultrapassando os 20% de desemprego real, estaremos mais pobres para estarmos mais endividados e com níveis de emigração que recordam os dos anos sessenta do século passado”. As seis medidas constituem um caminho alternativo ao desastroso orçamento de Estado para 2013, visando salvar a economia e criar emprego.

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