Semedo: Bloco defende convergência, mas não uma mera alternância

O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou na abertura do Fórum Socialismo 2014 que da disputa interna no PS não vai nascer uma alternativa de esquerda. João Semedo sublinhou que o Bloco defende “a convergência, o diálogo e a aproximação”, mas não está disponível “para dar o braço a quem faz da política uma simples rotação”.

04 de setembro 2014 - 13:56
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Na abertura do fórum do Fórum Socialismo 2014 – Debates para a Alternativa realizou-se um debate sobre o tema "De que é que a esquerda não pode abdicar?", em que participaram o coordenador do Bloco João Semedo, Luís Moita e Inês Barbosa, do movimento de cidadãos de Braga.

Segundo a agência Lusa, o coordenador do Bloco falou na sua intervenção da convergência à esquerda, da disputa interna no PS e do aumento das taxas no aeroporto de Lisboa.

João Semedo afirmou que o Bloco de Esquerda defende “a convergência, o diálogo e a aproximação”, mas frisou que o partido não confunde “convergência com capitulação, rendição ou com cedência”.

“No Bloco de Esquerda, não estamos disponíveis para dar o braço a quem faz da política uma simples rotação, uma simples alternância”, afirmou, contrapondo que o partido dá “a mão, o braço, o corpo e a luta àqueles que querem mudar para a esquerda a vida do país”.

Sobre a disputa interna no PS, entre António Costa e António José Seguro, João Semedo disse que não tem qualquer expetativa, sublinhando que, “por muitas que sejam as diferenças, há uma semelhança entre os dois candidatos que não se pode ignorar”.

“Essa semelhança é a que nos permite dizer que, no dia 28 de setembro, da disputa interna do PS, nasça o que nascer, há uma coisa que não vai nascer, é uma alternativa de esquerda”, realçou.

O coordenador do Bloco de Esquerda exemplificou: “Quando se pergunta a António José Seguro: ‘e então os impostos é para baixar ou é para aumentar’ e a resposta de António José Seguro qual é? Não me posso comprometer com a redução dos impostos. E qual é a resposta do António Costa? Os impostos não são uma preocupação da agenda para a década”.

João Semedo salientou então: “São duas respostas diferentes, talvez uma mais manhosa que a outra, um mais ingénua e sincera que a outra”, concluindo que “ambas respondem o mesmo”. “O que daqui pode sair não será certamente uma alternativa. Será mais uma vez aquilo a que sempre o Partido Socialista nos habituou, que é alternância”, vincou.

Aumento das taxas no aeroporto de Lisboa é uma desgraça para a economia

João Semedo criticou o aumento das taxas no aeroporto de Lisboa a 1 de dezembro, que foi noticiado nesta sexta-feira pela comunicação social e que se trata da sétima subida desde a privatização.

Segundo a Lusa, o coordenador do Bloco considerou que este aumento das taxas é “uma desgraça para a economia” e “mais uma vez o exemplo de como as privatizações são o contrário do que é dito”.

“O que foi dito foi que as tarifas não aumentariam, porque, se aumentassem, seria mau para o turismo, para a economia e para o país, mas, mal privatizaram a ANA – Aeroportos de Portugal, não foi uma, nem duas vezes, que aumentaram as tarifas. Chegamos ao final do ano em que os custos do aeroporto para as companhias que dele se servem terão aumentado mais de 30 por cento” realçou João Semedo.

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