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Semedo: Bloco defende convergência, mas não uma mera alternância

O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou na abertura do Fórum Socialismo 2014 que da disputa interna no PS não vai nascer uma alternativa de esquerda. João Semedo sublinhou que o Bloco defende “a convergência, o diálogo e a aproximação”, mas não está disponível “para dar o braço a quem faz da política uma simples rotação”.

Na abertura do fórum do Fórum Socialismo 2014 – Debates para a Alternativa realizou-se um debate sobre o tema "De que é que a esquerda não pode abdicar?", em que participaram o coordenador do Bloco João Semedo, Luís Moita e Inês Barbosa, do movimento de cidadãos de Braga.

Segundo a agência Lusa, o coordenador do Bloco falou na sua intervenção da convergência à esquerda, da disputa interna no PS e do aumento das taxas no aeroporto de Lisboa.

João Semedo afirmou que o Bloco de Esquerda defende “a convergência, o diálogo e a aproximação”, mas frisou que o partido não confunde “convergência com capitulação, rendição ou com cedência”.

“No Bloco de Esquerda, não estamos disponíveis para dar o braço a quem faz da política uma simples rotação, uma simples alternância”, afirmou, contrapondo que o partido dá “a mão, o braço, o corpo e a luta àqueles que querem mudar para a esquerda a vida do país”.

Sobre a disputa interna no PS, entre António Costa e António José Seguro, João Semedo disse que não tem qualquer expetativa, sublinhando que, “por muitas que sejam as diferenças, há uma semelhança entre os dois candidatos que não se pode ignorar”.

“Essa semelhança é a que nos permite dizer que, no dia 28 de setembro, da disputa interna do PS, nasça o que nascer, há uma coisa que não vai nascer, é uma alternativa de esquerda”, realçou.

O coordenador do Bloco de Esquerda exemplificou: “Quando se pergunta a António José Seguro: ‘e então os impostos é para baixar ou é para aumentar’ e a resposta de António José Seguro qual é? Não me posso comprometer com a redução dos impostos. E qual é a resposta do António Costa? Os impostos não são uma preocupação da agenda para a década”.

João Semedo salientou então: “São duas respostas diferentes, talvez uma mais manhosa que a outra, um mais ingénua e sincera que a outra”, concluindo que “ambas respondem o mesmo”. “O que daqui pode sair não será certamente uma alternativa. Será mais uma vez aquilo a que sempre o Partido Socialista nos habituou, que é alternância”, vincou.

Aumento das taxas no aeroporto de Lisboa é uma desgraça para a economia

João Semedo criticou o aumento das taxas no aeroporto de Lisboa a 1 de dezembro, que foi noticiado nesta sexta-feira pela comunicação social e que se trata da sétima subida desde a privatização.

Segundo a Lusa, o coordenador do Bloco considerou que este aumento das taxas é “uma desgraça para a economia” e “mais uma vez o exemplo de como as privatizações são o contrário do que é dito”.

“O que foi dito foi que as tarifas não aumentariam, porque, se aumentassem, seria mau para o turismo, para a economia e para o país, mas, mal privatizaram a ANA – Aeroportos de Portugal, não foi uma, nem duas vezes, que aumentaram as tarifas. Chegamos ao final do ano em que os custos do aeroporto para as companhias que dele se servem terão aumentado mais de 30 por cento” realçou João Semedo.

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Neste dossier:

Fórum Socialismo 2014

O Fórum Socialismo 2014 – Debates para a Alternativa reuniu 320 pessoas em Évora, entre os dias 29 e 31 de agosto, que participaram em cerca de 40 sessões plenárias, mesas redondas, painéis e conversas. 

Impõe-se que o processo de privatização dos transportes em Lisboa e no Porto seja imediatamente suspenso e que o Governo negoceie a transferência da gestão e propriedade. Foto de Michael Day

Privatizações dos transportes: é bom para quem?

O atual Governo tem prosseguido uma política de destruição dos transportes públicos.

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O que há de novo em Thomas Piketty?

É indisfarçável o incómodo dos economistas liberais com o Capital no Século XXI. Atribuiem à obra um fundamentalismo ideológico, esgravatam para desmentir a realidade dos dados, convidam-no a estudar as experiências soviéticas. Por Gonçalo Pessa.

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De que é a esquerda não pode abdicar?

A esquerda tem a obrigação de quebrar o “monopólio dos profissionais” políticos, em que a uns é dada a função de fazer a política e a outros é dada a possibilidade de os seguir ou apoiar. A esquerda deve ser capaz de envolver todos e todas, deve ser inclusiva, pedagógica. Basta lembrar os tempos do PREC, as canções do GAC ou os cadernos de educação popular, para perceber que uma verdadeira esquerda quer – autenticamente – que todos as pessoas se assumam como atores políticos. Por Inês Barbosa, Investigadora, do movimento de cidadãos de Braga.

Catarina Martins: “Nós já pagamos, só nos falta mandar”. Foto de Paulete Matos

Bloco contra a reprivatização do Novo Banco e pelo controlo público da banca

Catarina Martins afirma que o Estado “não pode limpar um banco sistémico e devolvê-lo, limpinho, a banqueiros privados que provaram não ter vocação para gerir bancos”. Considerando que esta intervenção deve ter retorno para os contribuintes, a coordenadora do Bloco defende o controlo público sobre todo o sistema bancário.  

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No Fórum Socialismo 2014, Francisco Louçã defendeu a necessidade de “uma união muito forte” em Portugal contra a austeridade, alertando que o país tem “20 anos de protetorado pela frente”, o que o torna numa “democracia pequenina”.

João Ferreira do Amaral foi entrevistado pelo Esquerda.net

“É benéfico para Portugal sair do euro”

O economista João Ferreira do Amaral defendeu no Fórum Socialismo 2014 que Portugal não tem sustentabilidade na zona euro, e que a saída seria fundamentalmente a forma de reforçar o crescimento económico e alterar a estrutura produtiva do país no sentido de uma melhor inserção na globalização.

Pedro Filipe Soares: BES foi alvo de gestão danosa pela família que o detinha e objeto de um saque.

BES: “Maioria governamental não pode ser força de bloqueio em comissão de inquérito”

Num debate no Fórum Socialismo 2014, Pedro Filipe Soares salientou também: “O Governo tinha prometido que nem um cêntimo dos contribuintes ficaria em risco. O que vemos agora é que não são cêntimos, são centenas de milhões que poderão estar em causa com esta solução”.

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Austeridade: História de uma ideia perigosa

Apresentação de Mariana Mortágua sobre a história da austeridade com base no livro de Marc Blyth Austerity: "The History of a Dangerous Idea".

“Por uma Europa dos povos e dos direitos sociais, contra a que aniquila o Estado social”

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Apesar do seu louvor ao campo e às ‘alegrias do trabalho agrícola’, nem Salazar nem Cavaco Silva delinearam estratégias para desenvolver esta atividade e o mundo rural em Portugal.

‘Old Wine in New Bottles’?

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"Trabalhos de casa": são uma seca? (2)

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Neoliberalismo, fetichismo técnico-cientificista e ciência

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