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O Iraque 12 anos depois da invasão

Foi há 12 anos que as tropas comandadas pelos EUA e o Reino Unido invadiram o Iraque, numa ação militar que parecia um passeio e se tornou no pior dos pesadelos. Um inferno desde logo para o massacrado povo iraquiano, mas também para Washington, que acumula desastres e hoje, 3 anos depois da saída das suas tropas, assistiu impotente às vitórias do Estado Islâmico e ao crescimento da influência do Irão. Esse é o tema deste dossier, coordenado por Luis Leiria.

Doze anos depois da invasão, o país está irreconhecível. Mas não por ter sido varrido por uma “onda de democracia”, como prometia George W. Bush e repetiam os seus fiéis seguidores, alguns cujas bravatas ficaram famosas em Portugal. O Iraque de 2015 é diferente porque, depois de terem praticado tantos crimes de guerra, as tropas dos EUA retiraram-se em 2011 e agora Washington assiste impotente ao crescimento da influência no país do ex-membro do “Eixo do Mal”, o Irão, política e militarmente. O Iraque de 2015 é um país dividido, com um terço do território sob o controlo do Estado Islâmico, uma organização que ofuscou a Al-Qaeda pelo seu poder militar – conseguido com o financiamento dos ricos dos estados do Golfo – e pela sua gestão da selvajaria.

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Neste dossier:

O Iraque 12 anos depois da invasão

Foi há 12 anos que as tropas comandadas pelos EUA e o Reino Unido invadiram o Iraque, numa ação militar que parecia um passeio e se tornou no pior dos pesadelos. Um inferno desde logo para o massacrado povo iraquiano, mas também para Washington, que acumula desastres e hoje, 3 anos depois da saída das suas tropas, assiste impotente às vitórias do Estado Islâmico e ao crescimento da influência do Irão. Esse é o tema deste dossier, coordenado por Luis Leiria.

Tanques dos EUA entram em Bagdade. Parecia um passeio. Só parecia. Foto de: Technical Sergeant John L. Houghton, Jr., United States Air Force - http://arcweb.archives.gov/

Invasão do Iraque: crime de guerra

Há doze anos uma coligação dos EUA e seus lacaios europeus invadiram o Iraque. “Crime de Guerra” foi, na altura, uma tentativa a quente de caracterização do ato sem precedentes (Afeganistão incluído) de violação ostensiva e consentida das regras de relacionamento internacional inscritas na Carta da ONU. Por Mário Tomé

A mentira inicialmente repetida como um refrão; a euforia das semanas da invasão, com os bombardeamentos e o avanço dos tanques pintados como uma “libertação”.

(Ex)citações de apoio à guerra

O mais empenhado propagandista da invasão do Iraque foi José Manuel Fernandes, hoje mentor do diário de direita Observador. Há doze anos, não esteve sozinho. Lembremos quem fez da palavra a apologia de um crime.

Cronologia: da invasão ao Estado Islâmico

Entre janeiro de 2002 e março de 2015, 13 anos de cronologia. Da invasão e derrube de Saddam Hussein à explosão da guerra civil; do proconsul Paul Bremmer ao governos de Al-Maliki; da saída das tropas dos EUA à conquista de amplo território pelo Estado Islâmico.  

Execuções em massa divulgadas em vídeo para provocar pavor

Estado Islâmico: Gestores de selvajaria

A brutalidade sectária do Estado Islâmico (EI) permitiu ao presidente sírio, Bashar al-Assad, fazer-se passar dissimuladamente por vítima: o incendiário que aparece como um bombeiro. Artigo de Muhammad Idrees Ahmad, publicado no In These Times.

Abu Baqr al-Baghdadi declarou o califado em 29 de junho do ano passado.

O dinheiro do petróleo do Golfo está a sustentar o Estado Islâmico

Doadores privados de Estados do Golfo ajudam a suportar salários de até 100.000 combatentes do EI. Por Patrick Cockburn.

O general iraniano Qassim Suleimani passou mais tempo no Iraque que no Irão desde o verão do ano passado. Foto Isna

Washington assiste impotente à intervenção do Irão no Iraque

Diante do desmoronamento do Exército iraquiano, foram as milícias xiitas, organizadas, armadas e dirigidas por oficiais iranianos, que detiveram o avanço do Estado Islâmico em direção a Bagdade. Por Luis Leiria

Militantes do EI destróem a marreta estátuas com 3.000 anos, num vídeo divulgado pela própria organização.

O Estado Islâmico e a tentação do zero

Aquele que mata um homem – ou mil – é um assassino; o que destrói a memória da humanidade é pura Natureza: opera como esses cataclismos que, segundo Platão, destruíam a cada 10.000 anos a civilização, obrigando um punhado de “homens toscos e ásperos” a começar de novo. Por Santiago Alba Rico, Quarto Poder