Roberto Almada

Roberto Almada

Técnico Superior de Educação Social. Ativista do Bloco de Esquerda.

Esta iniciativa é, ao mesmo tempo, gesto de solidariedade e denúncia política. Recorda que a comunidade internacional não pode assistir, de braços cruzados, à repetição de crimes contra a humanidade.

O Governo da República, liderado pelo antigo braço direito de Passos Coelho — cujo legado de austeridade ainda pesa na memória coletiva — começa finalmente a revelar a sua verdadeira agenda. Em Gaza, a catástrofe humanitária atinge proporções indescritíveis.

Na Assembleia da República assistimos a um dos episódios mais vergonhosos protagonizados pela extrema-direita. O grupo de deputados comprometidos com a disseminação do ódio – instrumentalizou crianças indefesas para inflamar a opinião pública contra o que, de forma vil, chamam "invasão imigrante".

Neste ato eleitoral, a Esquerda sofreu uma pesada derrota. Não se iludam aqueles que já propagandeiam a “extinção” do Bloco: já ouvimos essa ladainha há, pelo menos, um quarto de século. Ainda cá estamos, e continuaremos a resistir, combatendo o ódio e os fascismos.

Combater o ódio é mais do que indignar-se — é recusar o cinismo e fazer uma escolha. Com o coração, sim. Mas também com consciência política. Esse combate, sem tréguas, será tanto mais forte quanto mais força tiver o Bloco.

O povo português precisa de um reforço do Bloco na Assembleia da República, por tantas razões: pelo pão, pela saúde, pela habitação, pelos salários, pela dignidade das pessoas e por uma política humanista e inclusiva que acarinhe a diversidade e a diferença.

No dia 23, o poder estará na mão do povo: ou elegem deputados que, como os do BE, os vão defender ou, caso contrário, continuaremos atolados no lodaçal em que este governo de arguidos nos colocou.

A mudança política é urgente. Mas essa mudança política não se faz apenas substituindo o PSD por outros partidos iguais a estes. É por isso que é tão importante ter na Assembleia um Bloco de Esquerda forte para obrigar o próximo governo a resolver os problemas das pessoas.

A única mudança possível e necessária, para a Madeira e para quem trabalha, estuda ou está cada vez mais empobrecido, é fazer voltar a Esquerda ao Parlamento.

Se é verdade que nenhum dos partidos, atualmente representados na Assembleia Legislativa da Madeira, quer eleições regionais antecipadas, será difícil, por outro lado, justificar uma eventual não aprovação da Moção de Censura que será discutida no próximo dia 17.