Roberto Almada

Roberto Almada

Técnico Superior de Educação Social. Ativista do Bloco de Esquerda.

Neste ato eleitoral, a Esquerda sofreu uma pesada derrota. Não se iludam aqueles que já propagandeiam a “extinção” do Bloco: já ouvimos essa ladainha há, pelo menos, um quarto de século. Ainda cá estamos, e continuaremos a resistir, combatendo o ódio e os fascismos.

Combater o ódio é mais do que indignar-se — é recusar o cinismo e fazer uma escolha. Com o coração, sim. Mas também com consciência política. Esse combate, sem tréguas, será tanto mais forte quanto mais força tiver o Bloco.

O povo português precisa de um reforço do Bloco na Assembleia da República, por tantas razões: pelo pão, pela saúde, pela habitação, pelos salários, pela dignidade das pessoas e por uma política humanista e inclusiva que acarinhe a diversidade e a diferença.

No dia 23, o poder estará na mão do povo: ou elegem deputados que, como os do BE, os vão defender ou, caso contrário, continuaremos atolados no lodaçal em que este governo de arguidos nos colocou.

A mudança política é urgente. Mas essa mudança política não se faz apenas substituindo o PSD por outros partidos iguais a estes. É por isso que é tão importante ter na Assembleia um Bloco de Esquerda forte para obrigar o próximo governo a resolver os problemas das pessoas.

A única mudança possível e necessária, para a Madeira e para quem trabalha, estuda ou está cada vez mais empobrecido, é fazer voltar a Esquerda ao Parlamento.

Se é verdade que nenhum dos partidos, atualmente representados na Assembleia Legislativa da Madeira, quer eleições regionais antecipadas, será difícil, por outro lado, justificar uma eventual não aprovação da Moção de Censura que será discutida no próximo dia 17.

Tenho questionado a passividade incompreensível e inoperância cúmplice dos partidos da oposição, sobretudo o PS e o JPP, que nunca se chegaram à frente na necessária apresentação de uma Moção de Censura que fizesse cair este governo, devolvendo a voz ao povo.

Somos uma das regiões com a maior taxa de risco de pobreza do país, sendo que grande parte dos mais velhos são os mais pobres dos pobres.

Os números do desemprego, propagandeados como sendo um sucesso da economia regional e das políticas do Governo da Região da Madeira, não são mais que números virtuais falseados pela precariedade e pela exploração escrava.