Ricardo Robles

Ricardo Robles

Engenheiro civil.

O debate sobre a segunda circular acabou por falhar no que era essencial discutir: a mobilidade na cidade de Lisboa.

Todos os anos a direita faz questão de assinalar o 25 de novembro de 75. Aproveitam a efeméride para compensar ideologicamente a vergonha que têm do 25 abril e dos meses que se seguiram.

O Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia Municipal de Lisboa um voto de solidariedade com Luaty Beirão e os 15 presos políticos angolanos. O voto foi aprovado com os votos contra do PCP que alegou tratar-se de uma ingerência no regime angolano.

Prolongar a sua presidência da CML parecia ser a melhor estratégia. Mas os últimos tempos mostraram que Lisboa pode ser uma pedra no sapato. António Costa descalçou-o mais cedo.

Um plano municipal que cria uma linha telefónica para que recolham os restos de uma festa para dar aos pobres é humilhante e insultuoso.

António Costa declarou que já não acreditava no Pai Natal. Mas há ainda quem acredite. O Grupo Mello e a Espírito Santo Saúde têm boas razões para acreditar e o responsável é mesmo o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Nos últimos 30 anos Lisboa perdeu 260 mil habitantes. Ficaram 50 mil casas devolutas na cidade. Recuperar estas pessoas para a cidade era a prioridade das prioridades. A estratégia seguida foi precisamente a oposta e por isso falhou. António Costa olhou para a cidade como um ativo financeiro.

Esta semana o Bloco de Esquerda confrontou António Costa na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) sobre a sua proposta de contratar trabalhadores para a limpeza urbana a recibo verde e em regime de contrato emprego inserção. Precariedade e exploração é a marca desta proposta.

A empresa promotora do Rock in Rio, a Better World, foi novamente isentada de taxas municipais pela CML, desta vez para as edições de 2016 e 2018. O Bloco de Esquerda só poderia votar contra esta proposta.

A concessão de exploração da Carris e Metro de Lisboa foi a forma encontrada pelo Governo para entregar a privados estas duas empresas, garantindo-lhes os lucros operacionais e ficando o Estado com o passivo. A receita clássica liberal. Privatizar os lucros, nacionalizar os prejuízos.