João Matos

João Matos

Assistente social, deputado municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Espinho

Convirá à esquerda, herdeira e praticante da dialéctica marxista, saber ver do avesso e descobrir as costuras de um modelo de ensino que, para além de caduco, é o primeiro aparelho ideológico de que as elites dispõem para perpetuar as actuais relações de propriedade.

Precisamos de compreender as perturbações psíquicas a nível social, como problemas que emanam de grupos ou contextos sociais, sem permitir que os serviços públicos actuem somente para ajustar cérebros ou mentes individuais, como se isso pudesse resolver o problema.

Viver sob o peso do medo de vir a ser impedido de participar na produção e, assim, ser tornado inútil, não deixa de nos fragilizar. Saibamos, desde logo, e como cantou José Mário Branco, “acordar o pensamento”.

Num país onde as 40 horas efectivas são ainda uma quimera para tanta gente e em que as 35 horas são tratadas como um delírio revolucionário, a proposta da “semana laboral de quatro dias” não será exercício bacoco?