Vereadora Marielle Franco assassinada no Rio de Janeiro

15 de março 2018 - 9:54

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL, foi assassinada enquanto viajava de automóvel. A vereadora tinha denunciado poucos dias antes a violência policial no estado carioca. Apresentava-se como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.

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Vereadora Marielle Franco assassinada no Rio de Janeiro
Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016. Foto de Facebook Oficial.

Marielle Franco, vereadora do PSOL, foi assassinada na noite passada enquanto viajava de carro no centro da Região do Rio. Consigo viajavam Anderson Pedro Gomes, motorista do veículo, e uma assessora da vereadora. Anderson encontrava-se na linha dos disparos, também foi baleado e acabou por falecer.

Segundo as primeiras informações da polícia, os homicídas encontravam-se num carro ao lado do veículo da vereadora e dispararam pelo menos quatro tiros que a atingiram na cabeça, tendo depois fugido sem levar nada. Por este motivo, a principal linha de investigação é execução. Marielle estava a sair do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas", no qual tinha participado.

O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é "inadmissível". "A gente vai cobrar com rigor, todas as características são de execução. Evidente que vamos aguardar todas as conclusões da polícia, cabe à polícia fazer a investigação, mas a gente, evidentemente, não vai nesse momento aliviar isso. As características são muito nítidas de execução, queremos isso apurado de qualquer maneira, o mais rápido possível", afirmou ele. Freixo disse que a vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça.

A vereadora tinha-se tornado relatora da comissão de acompanhamento Intervenção Federal no Rio de Janeiro, tendo há dias denunciado a violência da polícia do estado carioca, que se encontra sob intervenção federal na segurança pública.

Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016, com 46 502 votos naquela que foi a sua primeira disputa eleitoral. Durante um ano e três meses como vereadora carioca, Marielle organizou audiências públicas sob a questão de género e com integrantes do movimento negro. Participou de debates sobre educação, economia e ativismo na internet. Ela integrava a Frente em defesa da Economia Solidária. Nos últimos meses, preparava um projeto de lei para coibir o assédio nos autocarros municipais. Apresentava-se como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.

Em Portugal, estão a ser convocadas iniciativas em memória de Marielle Franco. Veja aqui a lista das concentrações:

Convocadas várias concentrações em homenagem a Marielle Franco