Marielle Franco, vereadora do PSOL, foi assassinada na noite passada enquanto viajava de carro no centro da Região do Rio. Consigo viajavam Anderson Pedro Gomes, motorista do veículo, e uma assessora da vereadora. Anderson encontrava-se na linha dos disparos, também foi baleado e acabou por falecer.
Segundo as primeiras informações da polícia, os homicídas encontravam-se num carro ao lado do veículo da vereadora e dispararam pelo menos quatro tiros que a atingiram na cabeça, tendo depois fugido sem levar nada. Por este motivo, a principal linha de investigação é execução. Marielle estava a sair do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas", no qual tinha participado.
O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é "inadmissível". "A gente vai cobrar com rigor, todas as características são de execução. Evidente que vamos aguardar todas as conclusões da polícia, cabe à polícia fazer a investigação, mas a gente, evidentemente, não vai nesse momento aliviar isso. As características são muito nítidas de execução, queremos isso apurado de qualquer maneira, o mais rápido possível", afirmou ele. Freixo disse que a vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça.
Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?
— Marielle Franco (@mariellefranco) March 13, 2018
A vereadora tinha-se tornado relatora da comissão de acompanhamento Intervenção Federal no Rio de Janeiro, tendo há dias denunciado a violência da polícia do estado carioca, que se encontra sob intervenção federal na segurança pública.
Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016, com 46 502 votos naquela que foi a sua primeira disputa eleitoral. Durante um ano e três meses como vereadora carioca, Marielle organizou audiências públicas sob a questão de género e com integrantes do movimento negro. Participou de debates sobre educação, economia e ativismo na internet. Ela integrava a Frente em defesa da Economia Solidária. Nos últimos meses, preparava um projeto de lei para coibir o assédio nos autocarros municipais. Apresentava-se como “mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”.
Em Portugal, estão a ser convocadas iniciativas em memória de Marielle Franco. Veja aqui a lista das concentrações:
Convocadas várias concentrações em homenagem a Marielle Franco