Nas últimas semanas foi notícia em todo o mundo o anúncio das novas leis do Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício do Afeganistão, que impedem as mulheres de cantar, ler ou falar em voz alta em público. Este foi o mais recente passo do regime talibã para reprimir os direitos das mulheres, que desde a tomada do poder têm sido vítimas quer da crise económica e humanitária, quer do seu afastamento do espaço público, a começar pela escola, da qual estão proibidas de frequentar a partir dos 12 anos e passando pelos cargos públicos e políticos, dos quais se viram excluídas, ou pelos transportes e ruas, onde só podem ir acompanhadas do marido ou de um familiar masculino.
Para denunciar estas violações dos direitos humanos e das mulheres, a Rede 8 de Março convocou para esta sexta-feira, 6 de setembro, uma vigília às 18h30 na Praça Luís de Camões, em Lisboa. “As mulheres afegãs não ficaram sem voz e não foram silenciadas! Vamos todos levantar a voz com as mulheres afegãs! Se os outros calam, cantamos nós! Se outros se afastam, seremos nós o seu testemunho!”, apela a convocatória do evento.
“Apesar das promessas feitas à comunidade internacional de respeitar os direitos humanos, os Talibã continuam a introduzir novas medidas para discriminar, oprimir, invisibilizar e fazer desaparecer as mulheres do país, na esfera pública e dentro de suas comunidades. O mundo vê milhões de pessoas a perderem os seus direitos todos os dias”, afirma a Rede 8 de Março, denunciando também as “ações e omissões dos regimes imperiais” como os EUA e o Reino Unido, que encorajam estas violações dos direitos humanos.