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Portagens na Via do Infante vão contra coesão territorial e emprego, diz governo espanhol

“A opinião do governo é que esta é uma portagem que vai contra a coesão territorial, a cooperação económica, as correntes turísticas e por isso também o emprego”, afirmou no Senado o ministro da Indústria, Energia e Turismo do governo de Espanha. Utentes da Via do Infante aplaudem posição do governo espanhol e têm ação marcada para esta quinta feira, 8 de Março.
Foto de Portagens na A22 Não, página no facebook

O ministro espanhol da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, frisou ainda que o estabelecimento de portagens na Via do Infante “gera um impacto negativo na conetividade entre Portugal e Espanha, particularmente neste caso entre o Algarve e Huelva e implica um encarecimento no custo da deslocação”. José Manuel Soria fez estas afirmações no Senado espanhol nesta terça feira 6 de Março, respondendo a uma pergunta de uma senadora do PSOE.

Soria sublinhou que Portugal “é um país soberano que toma as suas próprias decisões sobre as suas próprias infraestruturas” mas que “isso não impede que haja iniciativas por parte do Governo de Espanha, perante o próprio governo português e perante a UE para que possam ser paliados esses efeitos negativos”. Assim, segundo o ministro, o Governo espanhol defendeu junto da União Europeia que “Portugal, sem prejuízo à sua liberdade de atuar sobre as suas próprias infraestruturas, modifique o sistema estabelecido, resolvendo os efeitos negativos sobre as correntes comerciais e turísticas entre Portugal e Espanha”.

José Manuel Soria lembrou que “houve petições de várias entidades locais e por parte de diferentes setores, junto do Governo de Espanha, para que essa decisão [o estabelecimento de portagens na Via do Infante] não entrasse em vigor”, mas os apelos “não tiveram êxito”. O ministro recordou ainda que “esta autoestrada A22 é financiada com fundos comunitários” pelo que as “gestões” do Governo, junto de Lisboa e Bruxelas, procuram que “pelo menos possa ser revogado este sistema de portagens”.

A senadora do PSOE que fez a pergunta ao ministro, Petronila Guerrero Rosado eleita por Huelva, referiu os “efeitos negativos causados pela implantação de portagens na autoestrada do Algarve para o comércio e turismo na província espanhola de Huelva” e frisou que no passado dia 9 de fevereiro a autarquia de Ayamonte (Huelva) se juntou, por decisão unânime, a um “manifesto de apoio à área transfronteiriça livre de portagens”, uma iniciativa “acordada pela comissão Huelva-Algarve”.

“Não se trata apenas de recuperar o normal espírito de colaboração transfronteiriça, mas de eliminar, numa situação económica complicada e delicada, um evidente travão à livre circulação de pessoas e mercadorias”, afirmou ainda a senadora, destacando a “complexidade do sistema utilizado” que “dificulta enormemente a passagem e que vai contra a livre circulação”.

Petronila Guerrero Rosado declarou ainda: “O nosso futuro depende de setores como o comércio e o turismo os que as portagens afetam de forma muito poderosa, e também da consolidação da eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia para a qual isto representa um grande recuo”

Segundo o jornal “Correio da Manhã”, João Vasconcelos da Comissão de Utentes da Via do Infante aplaude a posição do ministro espanhol e frisa que “dá um grande alento na luta contra as portagens”.

Para o próximo dia 8 de março, quinta feira, está convocada uma marcha lenta na Via do Infante.

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